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Catadoras denunciam assédio e ameaças durante o trabalho


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Catadoras denunciam assédio e ameaças durante o trabalho
Essas e outras questões foram apresentadas à vereadora Thainara Faria

 07SET2017|  7:19   –  IMPRENSA CAM

Após reuniões internas, representantes da Cooperativa Acácia de Catadores de Coleta, Triagem e Beneficiamento de Materiais Recicláveis, procuraram a vereadora Thainara Faria (PT) a fim de apresentar demandas da categoria. Os cerca de 169 catadores elaboraram, em conjunto, uma carta que expõe suas reivindicações.

“Precisamos de ajuda e não vamos ficar sentadas esperando. Geramos renda e oferecemos emprego para pessoas que estavam à margem do mercado de trabalho. Prestamos um importante serviço, que perpassa pelas questões ecológicas, econômicas e sociais”, disse a presidente da Acácia, Helena Francisco da Silva, que veio acompanhada das cooperadas Marta Joaquim e Regiane de Fátima Lopes.

A maioria dos cooperados é mulher e chefe de família. Segundo informações, poucas sabem, mas existe nas regras dos programas de moradia popular, um item que beneficia as catadoras. “Não somos orientadas no ato de inscrição, e isso nos desfavorece”, disse Marta. Thainara sugeriu a realização de uma palestra orientativa às mulheres, além da atualização cadastral em massa.

Outra questão levantada é o acesso à Usina de reciclagem pela Avenida Gervásio Brito Francisco, continuação da Avenida Albert Einstein. As cooperadas reivindicam a pavimentação da via, que está esburacada, além de não ter iluminação, o que causa acidentes com ciclistas e motociclistas que passam por ali, dificultando a caminhada. Em dias de chuva o trajeto alaga, complicando mais ainda a locomoção. “A falta de iluminação nos preocupa também, porque caminhamos no escuro. Muitas de nós foram assaltadas ou assediadas. Homens ‘se enfiam’ no mato e saem quando passamos para assaltar ou mostrar as partes íntimas, fazer graça. Nos sentimos inseguras”, afirmou Regiane.

As cooperadas também sentem falta de pontos de apoio no trajeto em que realizam a coleta. Muitos moradores não oferecem, sequer, um copo d’água. “Sentimos sede e vontade de ir no banheiro. Antes, usávamos nas praças, mas hoje em dia está difícil encontrar uma que o banheiro não esteja desativado ou quebrado”, lamentou Helena.

Outro problema encontrado no período de trabalho é o roubo do material reciclável. Segundo as mulheres, muitas bags (sacolas grandes utilizadas para recolher e armazenar os materiais) são roubadas após o recolhimento dos produtos. “Já fomos ameaçadas com facas e facões por pessoas que queriam pegar nossa bag após muito tempo de caminhada no sol, recolhendo o que é nosso. Por isso, muitas vezes ficamos sem bater meta, e isso nos afeta financeiramente. Já vimos pessoas colocarem nossos materiais em caminhonetes e até em caminhões”, disse Helena. Ainda segundo ela, as catadoras não enfrentam os ‘ladrões’ pois sentem medo.

“É muito grave o que me foi relatado aqui hoje. Vamos nos unir e procurar soluções para as questões. Essas mulheres são guerreiras, e embora muitos desvalorizem o trabalho que realizam, ele é muito importante, é um exercício de cidadania! Farei o possível para divulgar e oferecer apoio a esse serviço e essas pessoas, que tanto contribuem para a nossa sociedade”, enfatizou Thainara.

Por tratar-se de uma cooperativa onde pessoas com interesses comuns se unem, economicamente organizada de forma democrática, isto é, contando com a participação livre de todos e respeitando direitos e deveres, as sugestões da parlamentar serão levadas às catadoras, para avaliação e posterior encontro com Thainara Faria.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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