Cirurgião plástico investigado por importunação sexual é preso no RS
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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul divulgou que pelo menos nove vítimas já acusaram o médico Estevão José Rodrigues por suposto crime de importunação sexual
Um cirurgião plástico que trabalhava em Porto Alegre e na região metropolitana da capital gaúcha foi preso preventivamente nesta terça-feira (9) em uma investigação por crimes contra a dignidade sexual e autuado em flagrante por porte ilegal de arma.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul divulgou que pelo menos nove vítimas já acusaram o médico Estevão José Rodrigues, 69, por suposto crime de importunação sexual. Os episódios que teriam ocorrido durante consultas médicas.
A delegada Alice Fernandes, adjunta da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Porto Alegre, diz que os relatos indicam de toques lascivos indevidos a beijos à força, entre outras ações por parte do cirurgião.
Fernandes afirma que duas vítimas constam no inquérito aberto neste ano. Durante a investigação, porém, foi constata a existência de outros procedimentos policiais contra o mesmo médico, em relatos de outras sete mulheres. Alguns dos crimes já estariam prescritos.
“O suspeito estava oferecendo procedimentos estéticos em troca do silêncio da vítima e também estava renovando seu passaporte, possivelmente para empreender fuga”, diz a delegada.
Dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao cirurgião nos bairros Três Figueiras e Chácara das Pedras foram cumpridos na terça. Entre os objetos apreendidos estão armas, documentos, medicamentos, lubrificantes íntimos, preservativos e equipamentos eletrônicos.
A polícia divulgou que o consultório era utilizado para realização de procedimentos cirúrgicos clandestinos, sem autorização ou equipamentos adequados e fora de padrões de higiene e saúde.
A Vigilância Sanitária encontrou no local instrumentos enferrujados, lixo descartado de forma irregular e sangue em alguns locais do consultório, além de medicamentos vencidos.
Por meio de nota, o advogado Carlos Rafael Alvim, que representa o médico, diz que as acusações “pela, suposta, prática de assédio sexual e prática irregular da medicina, (…) além de inverídicas, são desprovidas de lastro probatório que faça jus às acusações”.
O advogado afirma que Rodrigues é respeitado perante a classe médica e atuou em locais como os hospitais da Brigada Militar (a Polícia Militar do Rio Grande do Sul), Mãe de Deus e Moinhos de Vento.
“Face a isso, reiteramos nossa confiança na inocência do médico, repudiando, assim, a irreparável injustiça em manter preso um idoso de 69 anos atuante como médico não só na área da cirurgia plástica, portador de doenças, sem que tenha veredicto acerca das acusações que estão lhe sendo imputadas”, diz a nota.
Também por meio de nota o Cremers (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul) diz que recebeu denúncia da Polícia Civil e abriu sindicância para investigar o caso.
“Como sindicâncias e processos correm em sigilo, por conta dos trâmites determinados pelo Código de Processo Ético Profissional (Resolução CFM 2.145/2016), o Cremers fica impedido de fornecer mais informações para não incorrer em qualquer nulidade aos processos em andamento”, segue o texto.
MÉDICOS PRESOS
Suspeito de ter cometido violência sexual contra dezenas de mulheres, o médico Nicodemos Júnior Estanislau Morais, 41, foi preso no começo de outubro pela Polícia Civil de Goiás –mais de 40 vítimas testemunharam contra o homem até o momento.
Em julho, outro médico, Klaus Brodbeck, foi preso em Gramado, na Serra Gaúcha. Investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul apurou crimes contra a dignidade sexual após recebebimento de denúncias de mais de 80 mulheres em quatro dias.
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