Colégio com 1.100 matriculados reabre com 20 alunos no 1º dia da fase vermelha
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Colégio com 1.100 matriculados reabre com 20 alunos no 1º dia da fase vermelha
Durante o mês de fevereiro, apesar de 3 milhões de estudantes poderem comparecer presencialmente em sistema de rodízio, 2,5 milhões de alunos compareceram às cerca de 3.000 escolas estaduais em funcionamento
No primeiro dia útil da fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo e que veta quase todas as atividades de serviços e comércio, a escola estadual Caetano de Campos, na Consolação, região central da capital paulista, recebeu 20 alunos. Estão matriculados na unidade de ensino 1.117 estudantes.
Aberta desde o dia 8 de fevereiro, assim como as outras cerca de 4.500 escolas autorizadas a abrir as portas para receber 3 milhões de estudantes da rede, a Caetano de Campos também funciona em sistema de rodízio com até 35% da capacidade. A partir desta segunda-feira (8), está recebendo apenas os que mais precisam, tais como aqueles que têm necessidade de se alimentar na escola; os que possuem dificuldades de acesso à tecnologia ou não têm equipamentos necessários para estudar remotamente.
Um desses 20 estudantes disse que foi à aula por ter mais condições de se concentrar do que se estivesse em casa. Segundo afirmou, por ter dificuldades de acompanhar online, pediu para ir a semana toda.
Sem saber se poderiam comparecer ou não, quatro estudantes foram até a secretaria. Ao sair, disseram que a informação que receberam foi a de que estão dando prioridade para “os mais necessitados” e eles não deveriam comparecer. Sem aula, foram encontrar outros adolescentes que estavam na praça Roosevelt, que fica em frente ao colégio.
Um outro estudante disse o número reduzido de estudantes levou aos poucos alunos de sua turma serem agrupados de outra. Com isso, estudantes do 2º e 3º anos do ensino médio tiveram aulas numa mesma sala, ao mesmo tempo.
A decisão de manter as escolas abertas mesmo na fase vermelha foi anunciada pelo governador João Doria (PSDB) na última quinta-feira (3). Ao comentar a abertura mesmo na fase vermelha, o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, disse que o objetivo de manter as escolas abertas era o de atender os que mais precisam. “Educação é essencial, sempre com cuidado extremo nos protocolos, atendendo aos que mais precisam”, afirmou.
A medida é criticada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), que defende a manutenção das aulas apenas de forma remota.
Durante o mês de fevereiro, apesar de 3 milhões de estudantes poderem comparecer presencialmente em sistema de rodízio, 2,5 milhões de alunos compareceram às cerca de 3.000 escolas estaduais em funcionamento. No período, 165 mil funcionários estiveram presencialmente nas unidades.
Projeções apresentadas pelo secretário de Educação na última quinta-feira (4) indicam que as escolas devem receber 500 mil alunos e 50 mil funcionários.
Um professor da rede estadual questionou a manutenção das escolas durante a fase vermelha. Ele disse que a escola em que leciona está “às moscas”.
Diferentemente da rede estadual de ensino, a rede municipal de ensino da cidade de São Paulo manteve as aulas em sistema de rodízio de até 35% dos estudantes dentro de sala de aula, porém, não estabeleceu prioridade de atendimento.
Contabilidade do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal) indica que a greve atinge 70% das 1.600 escolas municipais, com variação de adesão de 5% a 100%.
A Apeoesp, que deflagrou greve desde o dia 8 de fevereiro, informou não conseguir fazer um cálculo preciso da adesão à paralisação da categoria.
OUTRO LADO
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que alunos de diferentes séries da escola estadual Caetano de Campos puderam ficar juntos numa mesma sala de aula pois foram trabalhados temas transversais, em que eles “discutiram a disciplina a partir de vários pontos de vista e não somente do tradicional, prática prevista no Currículo em Ação”.
A pasta não disse quantos estudantes compareceram nesta segunda-feira em toda a rede estadual.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 8% dos profissionais da rede não compareceram às aulas nesta segunda-feira (8), índice um pouco acima da média de 5%. A nota informa que as faltas serão descontadas de acordo com a legislação.
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