Araraquara

Confira um guia sobre os Panama Papers, o maior vazamento da história


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Confira um guia sobre os Panama Papers, o maior vazamento da história, ao todo, 376 jornalistas em 76 países analisaram dados, que foi denominada de “Panama Papers

A empresa panamenha Mossack Fonseca é a quarta maior firma de advocacia provedora de serviços offshore do mundo, que opera mundialmente. Entre os serviços prestados para mais de 300 mil clientes pelo escritório estão a atuação em incorporação de empresas em jurisdições “offshore”, como as Ilhas Virgens Britânicas e gestão de riqueza, de acordo com o jornal The Guardian.

No site da empresa, a companhia afirma atuar em mais de 42 países, com fraquias ao redor do mundo, no qual as filiais podem inscrever novos clientes e tem direitos exclusivos para usar a sua marca. Ainda segundo o jornal britânico, a Mossack Fonseca opera em paraísos fiscais, incluindo Suíça, Chipre e Ilhas Virgens Britânicas, e na coroa britânica dependências Guernsey, Jersey e Ilha de Man. Pelo volume de documentos vazados, este já tem sido considerado o maior vazamento de todos os tempos – mais do que o vazamento da Wikileaks em 2010 e o de Edward Snowden para jornalistas em 2013. São mais de 11,5 milhões de documentos e 2.6 terabytes de informações retirados de arquivo interno da Mossack Fonseca.

Ao todo, 376 jornalistas em 76 países analisaram dados, que foi denominada de “Panama Papers”. Os documentos foram inicialmente obtidos pelo jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” há cerca de um ano e compartilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). No Brasil, participaram da apuração o UOL, o jornal “O Estado de S. Paulo” e a RedeTV!.

A Mossack Fonseca agiu como agente para mais de 200.000 empresas, que foram usadas legalmente muitas vezes para manter anonimamente propriedade e contas bancárias em muitos paraísos fiscais. De onde vem o dinheiro das offshores? Isso é algo muito difícil de dizer porque os verdadeiros donos das empresas normalmente se escondem atrás de pessoas “indicadas”, que na verdade não possuem nenhum controle real e nem bens na empresa que simplesmente emprestam sua assinatura.

Mas usar estruturas “offshore” não é ilegal, como aponta o jornal britânico, e existem muitas razões legítimas para o fazerem. O problema é que muitas empresas corruptas e que fazem lavagem de dinheiro e se aproveitam de companhias anônimas e os indícios apontam que Mossack Fonseca ajudava as empresas a esconderem o dinheiro.

Até o momento, a Mossack Fonseca não se pronunciou. A firma disse, no entanto, que não irá discutir casos específicos alegando confidencialidade, que atua conforme as leis anti-lavagem de dinheiro, lamenta o uso indevido de seus serviços e que não pode ser responsabilizado por falhas por intermediários, que incluem bancos, escritórios de advocacia e contadores.

Um levantamento realizado pelo ICIJ identificou cerca de 1,7 mil beneficiários de offshores com endereços no Brasil.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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