Cooperativismo e o progresso social
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Cooperativismo e o progresso social
A primeira cooperativa, organizada e certamente com o foco em princípios administrativos de respeito humano, surgiu em 1844, no…
10:16 |Érica Amendola/ Aline Leite |2018JUL31|
No mês em que é celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo, muitas são as vitórias a serem comemoradas e muitos desafios a serem enfrentados. Não podemos deixar de nos preocupar em manter a melhoria de vida dos nossos cooperados. Desenvolvimento sustentável, inclusivo e o progresso social são propósitos do cooperativismo, que surgiu no período da Revolução Industrial Inglesa, quando trabalhadores buscaram em esforço conjunto, alternativas de trabalho.
A primeira cooperativa, organizada e certamente com o foco em princípios administrativos de respeito humano, surgiu em 1844, no bairro de Rochdale, em Manchester (Inglaterra), com a união de 28 operários, em sua maioria tecelões. A cooperativa tinha como objetivo facilitar a produção, aquisição e distribuição de gêneros essenciais, proporcionando a melhoria de vida de seus integrantes. A partir de então, esse exemplo de sistema de trabalho inovador se fortaleceu, tornando-se uma alternativa democrática e de oportunidades em todo o mundo. Hoje em dia abrange segmentos diversos como o agropecuário; crédito; consumo; educacional; especial; habitacional; infraestrutura; mineral; produção; saúde; trabalho; transporte; e turismo e lazer; entre outros.
Atualmente, 6.655 mil cooperativas estão registradas na OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), congregando 13,2 milhões de cooperados e gerando 378,2 mil empregos diretos. Isso não é projeto, não é sonho, mas uma realidade histórica norteada pelos sete princípios cooperativistas: 1- adesão livre; 2- gestão democrática; 3- devolução do excedente ou retorno sobre as compras; 4- autonomia e independência; 5- educação, formação e informação; 6- intercooperação e 7- interesse pela comunidade, o cooperativismo se firma como sistema de desenvolvimento econômico e inserção social.
Muitos são os movimentos de engrenagem que fomentam o desenvolvimento cooperativista. Inicialmente temos a ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS DO BRASIL (OCB) que congrega as suas federadas, responsáveis em cada estado pelo Registro, fiscalização e orientação das cooperativas em cada uma de suas regiões. No estado de São Paulo temos a Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), criada em 1970 para defender e divulgar os benefícios e os princípios do cooperativismo, por meio de ações de representação, educação e orientação.
No campo legislativo o setor obteve importantes conquistas. Existem vários parlamentares que em sua atividade profissional participaram direta, ou indiretamente, de cooperativas e puderam inteirar-se de seus benefícios. A partir daí, tornam-se verdadeiros defensores do sistema, que depende de regulamentação de leis especificas para cada setor. Em São Paulo podemos lembrar que em 2006 o então deputado Estadual Arnaldo Jardim presidiu a Frente Parlamentar do Cooperativismo na Assembleia Legislativa e foi autor da lei de incentivo ao cooperativismo no Estado (Lei 12.226, de 2006).
Em outra iniciativa, o foco estabeleceu-se nas cooperativas e associações agropecuárias, onde a realidade das pessoas pode ser melhorada com o Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável Microbacias II – Acesso ao mercado. Esse projeto permitiu o acesso do produtor rural familiar ao mercado, com a geração de empregos e renda, inclusão social e a conservação dos recursos naturais. Foram aprovadas 346 propostas de negócios, com um investimento que soma US$ 130 milhões.
Segundo dados do Banco Central, entre as pessoas jurídicas, a participação das cooperativas no Brasil passou de menos de 1% em 2005 para mais de 8% em 2017. Com a filosofia de aliar desenvolvimento econômico e igualdade social, o cooperativismo ainda enfrenta desafios e conta com um longo caminho para disseminar sua cultura e benefícios.
Informações para a imprensa:
Érica Amendola/ Aline Leite