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Brasil

Cracolândia: polícia investiga traficantes suspeitos de também extorquir comerciantes


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Os comerciantes e moradores afirmam que não podem confirmar se os responsáveis pela extorsão têm ligação com a facção criminosa que comanda o tráfico de drogas na região, segundo a polícia

BRASIL - A suspeita sobre esses grupos foi divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo Estadão junto a fontes de Polícia Civil. Uma das intenções do inquérito, aberto no mês passado, é definir se essas pessoas que supostamente pedem pagamentos são realmente líderes do tráfico na região ou estariam infiltradas entre os usuários.

Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) suspeitos de extorsão na região da Cracolândia não seriam o único grupo que supostamente cobra por proteção de quem vive ou trabalha no centro. A Polícia Civil também investiga a ação de supostos traficantes ou pessoas ligadas ao tráfico que também exigem taxas para afastar a concentração de dependentes químicos.

A suspeita sobre esses grupos foi divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo Estadão junto a fontes de Polícia Civil. Uma das intenções do inquérito, aberto no mês passado, é definir se essas pessoas que supostamente pedem pagamentos são realmente líderes do tráfico na região ou estariam infiltradas entre os usuários.

Moradores e comerciantes da região da Santa Ifigênia também confirmaram a cobrança, mas preferem se manter no anonimato. O síndico de um dos prédios localizados na região da rua Gusmões, ponto de concentração dos usuários, afirma que foi abordado no mês passado a fim de levantar R$ 10 mil para que o fluxo deixasse o local. Segundo ele, o interlocutor afirmou que tinha “poder” para tirar o tráfico das imediações. O valor também garantiria proteção para os moradores, principalmente no período noturno.

O síndico conta que desconfiou da oferta e nem levou a proposta para a assembleia. E o fluxo permaneceu no lugar – hoje ele também se concentra na esquina da rua dos Gusmões e Avenida Rio Branco.

Moradores desse prédio afirmam que a sensação de insegurança aumentou nas proximidades da Santa Ifigênia após a dispersão do fluxo de dependentes químicos depois de uma grande operação policial no entorno da Praça Princesa Isabel no ano passado.

O dono de uma loja de produtos de informática decidiu ceder e afirma ter pago R$ 3 mil no mês de abril. O valor varia de acordo com o tamanho do estabelecimento. Como garantia de que o serviço seria realizado, o empresário deu apenas um adiantamento de R$ 500. O homem que oferecia o serviço mostrou fotos de locais por onde o fluxo se deslocou nos últimos meses por suposta ação do seu grupo. Nos dias seguintes ao pagamento, o fluxo realmente mudou de esquina.

“Eu preciso trabalhar e ter minha porta aberta”, justificou. “Foi uma coisa meio desesperada, mas fiquei com medo de não funcionar”.

Os comerciantes e moradores afirmam que não podem confirmar se os responsáveis pela extorsão têm ligação com a facção criminosa que comanda o tráfico de drogas na região, segundo a polícia. Por outro lado, também é possível relacionar os constantes deslocamentos do fluxo à ação desses grupos. Atualmente, os usuários se concentram em pelo menos quatro pontos da região central.

A existência desses grupos se soma à suspeita de extorsão por parte de agentes da GCM. O Ministério Público de São Paulo vai investigar a denúncia de que um grupo de agentes da corporação tem extorquido comerciantes e condomínios em troca de proteção. Os valores cobrados mensalmente seriam de até R$ 3 mil, para prédios residenciais, e de R$ 200 e R$ 500 aos lojistas.

Nesta quarta-feira, 7, a Prefeitura de São Paulo informou que solicitou ao Ministério Público a prisão preventiva de um guarda civil metropolitano que foi flagrado em gravações cobrando taxa de proteção para comerciantes na região da Cracolândia.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que “qualquer notícia de irregularidade eventualmente identificada pelo Estado ou apresentada pela população é objeto de detalhada apuração pelos órgãos competentes”. Ainda de acordo com a pasta, ações integradas entre Estado e Prefeitura na região central da capital levaram à queda de roubos e furtos após 15 meses

| IDNews®| Beto Fortunato | Via NBR | Estadão Conteúdo|  Gonçalo Junior

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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