Dakota Johnson vira produtora com o premiado ‘Cha Cha Real Smooth’
Warning: Trying to access array offset on value of type bool in /usr/storage/domains/i/idnews.com.br/www/wp-content/plugins/wp-social-sharing/includes/class-public.php on line 81
Vencedor do prêmio do público em Sundance, o longa também é estrelado por Johnson, no papel de uma jovem mãe que cria uma conexão especial com um animador de festas de bar mitzvá.
Foi pouco antes da pandemia que Dakota Johnson decidiu ser mais do que atriz em Hollywood. No finzinho de 2019, a estrela de “50 Tons de Cinza” lançou a TeaTime Pictures, sua própria produtora, para poder tirar do papel seus “projetos dos sonhos”. Agora, pouco mais de dois anos depois, ela revela o primeiro fruto dessa empreitada, “Cha Cha Real Smooth”.
Vencedor do prêmio do público em Sundance, o longa também é estrelado por Johnson, no papel de uma jovem mãe que cria uma conexão especial com um animador de festas de bar mitzvá. Mais jovem, ele se dá surpreendentemente bem com sua filha pré-adolescente, que tem autismo e, por isso, é preterida nas rodinhas da escola.
“Por meio da TeaTime, eu pude desenvolver esse roteiro junto com o Cooper desde o começo. Eu gosto da ideia de ajudar jovens artistas, e agora estou num momento especial da carreira, em que posso fazer isso”, diz a atriz por vídeo, citando o diretor, roteirista, produtor e protagonista Cooper Raiff.
“Trabalhando como produtora, eu ainda consigo desenvolver os projetos nos quais sempre sonhei em trabalhar, ir atrás dos diretores e roteiristas que me interessam. Foi o caso aqui. Quando vi ‘Shithouse’, o último filme do Cooper, eu adorei a mente dele e, depois, a ideia que ele tinha para ‘Cha Cha Real Smooth’.”
Ideia essa que ela diz ter defendido com unhas e dentes, ao contrário de muitos outros produtores que já bancaram projetos nos quais Johnson atuou, que “não protegiam a visão dos artistas com quem trabalhavam”.
Aos 25 anos, Cooper Raiff é uma jovem promessa do cinema independente americano. Antes de “Cha Cha Real Smooth” ser premiado em Sundance, ele já havia embolsado um troféu no South by Southwest, o SXSW, pelo “Shithouse” que tanto encantou Johnson. Seu par de longas compartilha de um clima intimista, são ambos centrados em jovens que ainda parecem estar perdidos no começo da vida adulta.
As histórias ecoam um pouco a sua vida pessoal. O protagonista masculino do longa que estreia nesta semana no Apple TV+, originalmente, seria interpretado por outra pessoa, mas o personagem tinha tantos maneirismos e uma personalidade tão próxima da de Cooper que Dakota Johnson e os outros produtores de “Cha Cha Real Smooth” o convenceram a assumir também um dos créditos no elenco.
“Eu não escrevi o personagem para mim, porque eu não queria acumular várias funções no set, mas foi fácil me imaginar no papel, então eu aceitei a sugestão”, diz Raiff. Ele, aliás, conta que a “semente” para o roteiro veio de sua mãe, que comentou há alguns anos que sua vida seria definida pelas fases de Andrea, irmã do cineasta que tem deficiência. “Eu não sabia muito bem o que fazer com essa informação, então a pus num filme.”
Em “Cha Cha Real Smooth” vemos como Domino, a mãe interpretada por Johnson, tem sua vida baseada no cuidado e na atenção de que a filha, Lola, precisa. Por ter autismo e dificuldade para socializar, ela não consegue ficar na companhia de qualquer um, tem vergonha de ir para a pista de dança nas festinhas escolares e com frequência é vítima de bullying. Domino está lá para ela o tempo todo, mesmo que isso signifique sacrificar sua vida social.
E então Andrew entra em cena, com seu jeito sensível e atencioso, e logo encanta mãe e filha. Aos 22 anos, ele precisa de um emprego e também da cura para um coração partido, e acidentalmente preenche esse vazio ao perceber que as mães judias do subúrbio onde vive não conseguem encontrar um bom animador para o bar mitzvá dos filhos.
Para o papel de Lola, Raiff fez uma série de audições até encontrar Vanessa Burghardt, que também tem autismo e faz sua estreia como atriz. “Eu faço muitos testes e as pessoas na indústria não aceitam que eu posso interpretar uma personagem qualquer, elas sempre querem que eu me enquadre em alguma noção específica que elas têm sobre o autismo”, diz ela.
Raiff fugiu desse lugar-comum que parece indisposto a entender a fala de Burghardt. A priori, foi atrás de uma associação que trabalha com jovens que têm autismo, mas logo percebeu que queria um roteiro que fosse fluido, que saísse da representatividade pela representatividade.
“Eu não queria alguém lendo o roteiro e fazendo anotações sobre isso ou aquilo. Eu sabia que eu precisava de alguém que me guiasse durante todo o processo, e essa pessoa tinha que ser a atriz que interpretaria a Lola, não um cara que tem uma empresa de consultoria. Eu sempre tento ter uma relação próxima com meus atores, eu gosto quando eles guiam o caminho. E aí eu vi o teste da Vanessa, lendo o roteiro com a sua própria mãe, e eu comecei a chorar porque vi a relação da minha própria mãe com a minha irmã ali.”
Depois de vender seu filme para a Apple e de ganhar prêmios na ainda jovem carreira, Raiff já trabalha em seu próximo longa, mas não pretende abandonar o clima intimista e de produção autoral tão cedo. O projeto, revela, será ambientado no mundo do hóquei, muito mais violento que o das festas de bar mitzvá, no entanto.
CHA CHA REAL SMOOTH
Onde: Estreia no Apple TV+, nesta sexta (17)
Elenco: Cooper Raiff, Dakota Johnson e Vanessa Burghardt
Produção: EUA, 2022
Direção: Cooper Raiff
| IDNews® | Folhapress | Via NMBR |Brasil