Dallagnol manda recado à PGR – ‘Ninguém pode mandar dizer o que fazemos’
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Dallagnol manda recado à PGR – ‘Ninguém pode mandar dizer o que fazemos’
Coordenador da Lava Jato criticou a avaliação de Sidney Madruga, então membro da equipe de Raquel Dodge, que defendeu mais controle da força-tarefa por parte da procuradoria
25SET2017| 7:26 - DaLLgnol/PGR - Foto: © Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Depois de ter sido visto em conversa com a advogada da JBS Fernanda Tórtima, na última sexta-feira (22), o procurador Sidney Pessoa Madruga, escolhido pela nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para ser coordenador do Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral (Genafe), pediu exoneração do cargo.
No diálogo, flagrado pela Folha de S. Paulo, durante almoço em um restaurante do Lago Sul, em Brasília, ambos falaram sobre a CPI da JBS e a respeito dos rumos da Lava Jato. Madruga chegou a afirmar que a nova gestão da PGR precisaria construir outra relação com os procuradores da força-tarefa em Curitiba.
O ideal, avaliou ele, seria ter mais interlocução e controle do que a gestão anterior, chefiada por Rodrigo Janot, que teria deixado a força-tarefa muito solta.
Um dos nomes da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol fez referência ao ocorrido, em palestra no último sábado (23), e mandou um recado à Dodge. “Ninguém pode mandar dizer o que a gente faz ou deixa de fazer em Curitiba”, afirmou.
Ao falar para universitários em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, Dallagnol também lamentou o fracasso das dez medidas contra a corrupção no Congresso Nacional, mas anunciou uma nova estratégia, que atuará para tentar convencer os eleitores a votarem apenas nos políticos que apoiem o pacote.
“É preciso colocar no Congresso quem se vincule a um pacote anticorrupção consistente. O objetivo é uma renovação da classe política tendo como pré-requisito o apoio ao pacote”, afirmou Dallagnol. “Não que seja um critério único, porque a sociedade é plural, tem múltiplas preferências em várias áreas da vida, e essas preferências devem ser representadas. Mas um requisito para que represente essas preferências é o compromisso inabalável com o interesse público”, disse.