‘Disseram que iam me matar dentro da cadeia’, afirma Monique Medeiros
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De acordo com a pedagoga, a última intimidação aconteceu na última segunda (7), quando teria sido ameaçada por mais de 20 detentas
Monique Medeiros disse durante audiência de instrução do caso Henry nesta quarta-feira (9) que foi intimidada e ameaçada de morte dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, onde está detida. Ao lado do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, ela é acusada pelo homicídio triplamente qualificado da criança.
De acordo com a pedagoga, a última intimidação aconteceu na última segunda (7), quando teria sido ameaçada por mais de 20 detentas.
“Teve um procedimento e toda a cadeia, mais de 600 detentas, ficou no meio do pátio. Eu sofri ameaça de morte por mais de 20 pessoas das 9h da manhã até 14h da tarde”, diz ela.
“Me chamaram de assassina de criança, falaram que iam me dar uma canetada no ouvido, disseram que iam passar e jogar água fervendo em mim. Eu ouvi de uma interna que divide cela comigo que eu poderia não acordar mais”, afirmou Monique. “Disseram que iam me matar dentro da cadeia.”
Durante o depoimento, a juíza Elizabeth Machado Louro pediu que Monique escrevesse em um papel o nome da detenta com quem ela divide cela e a ameaçou. A pedagoga escreveu e passou o papel à magistrada. “A senhora pode ficar tranquila que eu pessoalmente vou tomar todas as providências que a senhora precisa para a sua segurança”, disse a magistrada, enquanto parte da plateia aplaudia.
“Eu não sou bandida. Eu não sou criminosa. Nunca mataria o meu filho. Isso é mais do que óbvio. Eu jamais coadunaria com qualquer violência contra o meu filho”, disse Monique, rebatendo as supostas acusações feitas pelas detentas.
A reportagem entrou em contato com a SEAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), mas ainda não recebeu resposta.
A professora afirma ainda não saber o que causou a morte do filho. “Sinceramente, eu acho que existem três pessoas que sabem o que aconteceu. Meu filho, Deus e o Jairinho. São as únicas pessoas que podem responder isso.”
Ela conta que, na noite em que ele morreu, foi acordada por Jairinho dizendo que tinha ouvido um barulho e visto Henry caído da cama. “Eu levantei correndo e fui até lá. Chegando ao outro quarto, o Henry estava de barriga pra cima, sem o edredom. Eu disse que tinha alguma coisa errada com o meu filho, porque ele sempre dormia enrolado no edredom.”
Essa versão contraria o primeiro depoimento que ela deu, em meados de março do ano passado. À época, a professora havia dito que tinha visto o menino caído no chão primeiro, chamando Jairinho, que teria tomado remédios para dormir.
Para explicar a nova versão, ela diz que foi orientada a contar outra história por André França, advogado que representava o casal no começo do processo. Monique e Jairinho agora são representados por equipes distintas.
“Eu fui treinada para contar que foi eu que vi o Jairinho, como se ele estivesse dormindo. As pessoas perguntam por que eu mudei meu depoimento. Eu mudei meu depoimento porque eu estava sendo instruída pelo Dr. André França”, diz ela.
Na primeira etapa do depoimento, ela disse que Jairinho a submetia a agressões físicas e verbais. Segundo ela, quando os dois tinham relações sexuais, ele fazia uma espécie de ritual sexual, no qual costumava enforcá-la.
“Todas as vezes que nós namorávamos era como se fosse um ritual. Era ele em cima de mim. Não existia outra posição, que a gente pudesse fazer. Ele sempre me enforcando, sempre mandando dizer que ele era o único homem da minha vida, que eu nunca tinha transado com outro homem, que eu nunca tinha gozado com outro homem.”
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