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Escolas de samba pedem políticas públicas de apoio à cadeia produtiva do Carnaval 


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Escolas de samba pedem políticas públicas de apoio à cadeia produtiva do Carnaval
   Só neste ano, a “festa de Momo” injetou R$ 11 bilhões na economia brasileira e atraiu 400 mil estrangeiros, segundo o…

8:06|AGÊNCIA CÂMARA/JOSÉ CARLOS OLIVEIRA |2018JUL14|

Com o mote de que “o Carnaval não acaba na quarta-feira de cinzas”, representantes de escolas de samba defenderam, na Câmara dos Deputados, a criação de políticas públicas permanentes de apoio à cadeia produtiva do Carnaval.

Só neste ano, a “festa de Momo” injetou R$ 11 bilhões na economia brasileira e atraiu 400 mil estrangeiros, segundo o Ministério do Turismo. Porém, a Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba), que reúne mais de 600 agremiações, constata um quadro de carência de recursos e de apoio do poder público.

Em audiência na Comissão de Cultura, na última quarta-feira (11), o presidente da Fenasamba, Kaxitu Campos, também cobrou o reconhecimento às diversas atividades econômicas e sociais que envolvem a produção da festa.

“Em São Paulo, são cerca de 100 escolas de samba, onde, por volta de nove a dez meses, funcionam atividades culturais, ensaios de quadra, escolha de samba e trabalho nos barracões para a confecção de fantasias, reciclagem de materiais e outras atividades”, declarou.

Além de costureiras, ritmistas e designers diretamente envolvidos no Carnaval, a cadeia produtiva também envolve os setores de transporte, hospedagem, alimentação, bebida, instrumentos musicais, entretenimento e serviços gráficos, fonográficos e de mídia.

Inclusão social
Organizadora do debate, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) destacou que o Carnaval também está associado ao combate a todas as formas de violência e discriminação. “O Carnaval tem uma dimensão simbólica, que expressa a arte; e uma dimensão cidadã, pelo trabalho em geral nas comunidades periféricas das cidades, enfrentando todas as formas de opressão”, disse a parlamentar.

Em Porto Alegre (RS), escolas tradicionais estão ameaçadas de perder suas quadras e sofrem restrições quanto aos horários de ensaio. Ao pedir políticas públicas permanentes para o Carnaval, o presidente da Liga das Escolas de Samba da capital gaúcha, Juarez de Souza, disse que as agremiações não vieram “passar o pires, mas exigir respeito”.

“Fomentar não é investir. É retribuir o que aquela fatia da própria sociedade traz como contribuição na inclusão social, na geração de emprego e renda e na formação de todas as mãos de obra. O Carnaval envolve todas as artes, sejam elas cênica, dança, plásticas”, disse Souza.

Violência policial
Pesquisa da Rede Carnavalesca de Brasília constatou a extinção de 15 das 40 escolas de samba cadastradas nos últimos dez anos na capital federal, onde não há desfile oficial desde 2014. Além da desmobilização das comunidades e do que chamou de “boicote institucional”, a representante da rede, Letícia Helena, reclamou da violência policial, com o uso frequente de gás de pimenta para forçar os foliões a encerrar alguns eventos.

“O uso indiscriminado dessa arma contra a população fere o direito de ir e vir, garantido por nossa Constituição, e também o direito à diversão, ao prazer, ao acesso à arte, à manutenção de nossa cultura e até ao direito à liberdade de expressão e de ocupação urbana”, afirmou Letícia Helena.

Recursos orçamentários
A deputada Erika Kokay (PT-DF) sugeriu a articulação de um grupo de trabalho com o Ministério da Cultura para assegurar recursos permanentes para o Carnaval no Orçamento da União.

Os palestrantes também anunciaram reuniões com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que as escolas de samba sejam declaradas patrimônio imaterial do Brasil.

Esses temas voltarão a ser debatidos na assembleia geral da Fenasamba, neste mês, no Rio de Janeiro, e em um seminário previsto para setembro, no Amapá.

Reportagem – José Carlos Oliveira

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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