“Feiticeiro” fazia crianças mandarem fotos e vídeos nuas para não ficarem paraplégicas
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“Feiticeiro” fazia crianças mandarem fotos e vídeos nuas para não ficarem paraplégicas
Ele dizia ter sido contrato para amaldiçoar as vítimas, que ficariam em cadeiras de rodas e perderiam os cabelos, a menos que atendam às suas exigências
11:45 | 2018NOV27| IDNews | Metropoles/Karina Cabral |
Um falso “feiticeiro” foi descoberto pela Polícia Judiciária Civil depois que ao menos 10 boletins de ocorrência foram registrados na Grande Cuiabá, e em cidades do interior de Mato Grosso, com denúncias de que crianças e adolescentes vinham sendo ameaçadas para enviarem fotos nuas, ou ficariam paraplégicas e sem os cabelos.
As investigações estão sendo realizadas por meio da Gerência de Combate aos Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), em parceria com a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá).
Nesta semana, as vítimas, todas crianças ou adolescentes, que sofreram ameaças, estão sendo ouvidas.
Segundo informações da Polícia Civil, as crianças e adolescentes, geralmente do sexo feminino, recebiam ligações, ou mensagens no WhatsApp, de um homem que se apresentava como feiticeiro, ou curandeiro, dizendo que havia sido contratado para realizar um “trabalho” contra a vítima, que seriam amaldiçoadas, deixariam de andar e iriam perder todo o cabelo.
“E, no sentido de não realizar esse trabalho espiritual, o suspeito solicita que a vítima, no caso a criança ou adolescente, encaminhe fotos da sua pessoa nua, via aplicativo WhatsApp”, contou o delegado Cláudio Alvares de Sant’anna, que está à frente das investigações.
Até o momento, segundo o delegado, já foram identificados 10 boletins de ocorrências, em Cuiabá, Várzea Grande e em cidades do interior, como Barra do Garças (510 km de Cuiabá).
“Como as vítimas têm pouca idade, poucas experiências, inclusive de vida, tendem, no pavor da ligação, a acreditarem no suspeito e a realizarem o que ele está pedindo, que é tirar foto em situação de nudez e encaminhar ao suspeito”, disse Sant’anna.
Segundo a Polícia Civil, o homem também forçava as vítimas a fazerem videoconferências com ele, despidas, e sempre as ameaçando com seu suposto “poder espiritual”.
A Polícia Civil já está realizando uma ação para identificar o suspeito. As investigações, segundo o delegado, estão bastante avançadas e, em breve, o homem deverá ser preso. Quando encontrado, o suspeito irá responder pelos crimes de constrangimento ilegal e, ainda, por “receber e ter armazenado fotos e vídeos de criança e adolescentes em situação de nudez”, previsto no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).
Cláudio Alvares Sant’anna orientou que os pais estejam sempre controlando o acesso dos filhos a computadores, celulares e redes sociais. “Os pais têm que ter esse controle, têm que ter ciência do que o filho está acessando, tendo esse diálogo aberto com o filho”, disse.
Ele também orientou as crianças sobre os riscos de fornecerem dados, ou cederem a exigências de pessoas desconhecidas, aconselhando que o ideal é que os pais, ou autoridades policiais, sejam avisados imediatamente.
“A criança ou adolescente que receber esse tipo de solicitação por meio de ligação telefônica, ou WhatsApp, nunca forneça qualquer tipo de dados, nome, documento, CPF, endereço e jamais ceda às exigências do suspeito, no sentido de encaminhar fotos, ou filmagens, nua. E comunique imediatamente aos pais, ou autoridade policial”, reforçou o delegado.