Frente Parlamentar repudia episódios racistas na Câmara e no metrô de São Paulo
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Moção de Repúdio é assinada pela vereadora Thainara Faria e pelos vereadores Guilherme Bianco e João Clemente
Diante dos atos e falas racistas ocorridos na Câmara Municipal de São Paulo e no metrô paulistano, nos dias 02 e 03 de maio, e amplamente repercutidos pela mídia, a Frente Parlamentar Antirracista da Câmara Municipal de Araraquara emitiu nota oficial, em que repudia os acontecimentos. Após apreciação na Sessão Ordinária de 10 de maio, a Moção de Repúdio será encaminhada à Casa Legislativa da capital paulista.
Além da vereadora Thainara Faria (PT) e dos vereadores Guilherme Bianco (PCdoB) e João Clemente (PSDB), que integram a Frente Parlamentar, a nota é assinada também pelo Centro de Referência Afro “Mestre Jorge” e pelo Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo (Comcedir). “Esta junta propõe e apoia a abertura de um processo junto à Comissão de Ética da Câmara Municipal de São Paulo, para que as providências legais sejam tomadas”, frisam.
No documento, os parlamentares relatam os episódios que provocaram indignação e protestos contra manifestações racistas em São Paulo. No dia 02 de maio, uma funcionária do Consulado Húngaro insultou uma mulher negra em um vagão do metrô, dizendo que seu cabelo poderia transmitir doença. Ela teve que sair da estação escoltada por seguranças e pela polícia.
Já no dia 03 de maio, o vereador do PSB Camilo Cristófaro, da Câmara Municipal de São Paulo, voltou a ser acusado de racismo por um comentário feito durante uma videoconferência, quando seu microfone estava aberto: “Não lava nem a calçada. Coisa de preto, né?”. Em 2019, também durante uma sessão da Câmara, Camilo Cristófaro chamou o vereador Fernando Holiday, que na época era do DEM e é negro, de “macaco de auditório que só quer aparecer”.
Em nota, a Frente Parlamentar frisa que qualquer frase, palavra, ato e manifestação de cunho racista, seja por qualquer meio, não podem ser admitidos e precisam ser noticiados à autoridade policial. Os vereadores reforçam que Araraquara possui uma rede de proteção e apoio que ampara social e juridicamente pessoas vítimas de ataques racistas.
“Consciência e ação devem pautar os trabalhos dessa Frente Parlamentar que demarcará, na Câmara de Araraquara, um trabalho combativo, sem admitir nenhum retrocesso contra os direitos da população negra, com o objetivo de eliminar o racismo estrutural e institucional historicamente presente na sociedade”, concluem.
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