Governo quer reposicionar Eletrobras como investidor, diz ministro
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| IDNews | Agência Brasil | Marcelo Brandão | Brasília | Foto: © Marcelo Camargo/EBC
Bento Albuquerque esteve em Comissão de Minas e Energia da Câmara
O ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, defendeu, em participação hoje (27) em reunião da Comissão de Minas e Energia da Câmara, a capitalização da Eletrobras. Segundo o ministro, com a capitalização, o Estado reduziria a sua cota de ações da empresa, aumentando a parcela da iniciativa privada.
Albuquerque disse que a estatal, maior empresa de energia elétrica da América Latina, acumulou prejuízos de R$ 22,4 bilhões entre 2012 e 2017 e que “não se verificam condições para contribuir de maneira sustentável para a expansão energética do país”. A meta do governo, segundo o ministro, é “reposicionar a Eletrobras como investidor importante na expansão do setor elétrico” sem utilizar recursos da União.
No ano passado, o então presidente Michel Temer tentou avançar com a capitalização da estatal e encaminhou um projeto para o Congresso.
O projeto de Temer previa que a privatização da empresa se daria por um processo de capitalização, até que as ações da União fossem pulverizadas, tornando-a sócia minoritária da empresa, com menos de 50%. Com isso, a Eletrobras passaria a ter capital majoritariamente privado. O governo do emedebista, no entanto, não foi capaz de fazer a matéria avançar no Legislativo.
O ministro negou qualquer orientação do presidente Jair Bolsonaro a respeito da privatização da Eletrobras. Albuquerque disse que o destino da estatal não compete a ele.
“Não recebi a orientação nem de privatizar a empresa e tampouco de não privatizar a empresa, até porque não compete a mim”, disse. “Evidentemente que o governo deverá adotar uma posição em relação a esse tema, e tudo o que for feito em relação a empresas estratégicas do país, como Eletrobras ou Petrobras, será debatido de forma transparente”.
Balanço de 2018
A Eletrobras registrou lucro líquido de R$ 13,35 bilhões em 2018. Em 2017, a estatal de energia teve prejuízo líquido de R$ 1,73 bilhão. O lucro é o maior apurado pela empresa nos últimos 20 anos, de acordo com nota divulgada nesta quinta-feira (28) pela companhia.
Os destaques foram a reversão do impairment (desvalorização) e dos contratos onerosos da usina nuclear Angra 3 (no valor de R$ 7,24 bilhões) e a venda das distribuidoras Cepisa, Ceron, Boa Vista Energia e Eletroacre (R$ 2,97 bilhões).
No quarto trimestre do ano, a Eletrobras apresentou um lucro líquido de R$ 12,08 bilhões, enquanto no mesmo período do ano anterior, a companhia havia apresentado prejuízo líquido de R$ 4 bilhões.
*Com informações da Agência Câmara Notícias // Matéria alterada às 7h08 do dia 28/03/19 para acréscimo de informação da Eletrobras.