Green Day no Rock in Rio alfineta Bolsonaro e faz o melhor show da edição
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Principal atração do Rock in Rio desta sexta-feira, o Green Day fez o melhor show desta edição até o momento. Do começo ao fim, a sensação era de catarse generalizada. Os astros do pop punk lavaram a alma não só da multidão que os acompanhava, como também deles próprios.
O show contou com muito mais do que hits, com a plateia cantando cada verso, e incluiu também pedido de casamento, fogos de artifício e fãs no palco.
A apresentação engatou com as canções “American Idiot” e “Holiday” –em que o vocalista Billie Joe trocou “Califórnia” por “Brasil”, num trecho que faz críticas ao “representante local”.
Ainda no começo, Joe segurou um lustre e apontou para uma das rodinhas de bate-cabeça que pipocavam no público, que até sinalizador de fumaça vermelho ergueu para celebrar os americanos –vale dizer que a entrada do item no evento, porém, é proibida.
Um dos momentos de êxtase veio logo a seguir, quando o músico convidou uma fã para subir ao palco para cantar “Know Your Enemy” ao seu lado. E assim ela fez, transbordando empolgação.
Além da jovem, de cabelo verde neon e visual típico dos emos dos anos 2000, tiveram outros sortudos que dividiram o palco com os músicos. Ao som de “Boulevard of Broken Dreams”, Beatriz Gonçalves foi pedida em casamento pelo namorado. O “sim” veio de forma à la Green Day, com ela recitando versos de “Scattered”, canção romântica do grupo.
Além da fofura, o casal também tirou uma selfie com o vocalista e celebrou o baterista do Foo Fighters morto no começo deste ano, Taylor Hawkins.
“Quem aqui sabe três acordes de guitarra?”, perguntou Joe ao público, convidando alguém a tocar o instrumento ao seu lado. Uma fã subiu ao palco e ainda fez a graça de saltar com a guitarra, sendo ovacionada pelo público.
Billie Joe pendurou sobre os ombros a bandeira do Brasil, puxada com os dizeres “no racism, no fascism, no sexism, Green Day”, ou não ao racismo, não ao fascismo, não ao sexismo, Green Day.
Outra bandeira erguida pelo músico foi a do orgulho LGBTQIA+. Inspirada pelas letras recheadas de críticas políticas, a plateia puxou o coro “ei, Bolsonaro, vai tomar no cu” algumas vezes.
Alguns dos momentos mais emocionantes e nostálgicos foram em canções como “Wake Me Up When September Ends”, “Jesus of Suburbia” e “Time of Your Life”, que encerraram o show.
A banda também tocou covers como “I Wanna Rock and Roll All Night”, do Kiss, e um trecho de saxofone de “Careless Whisper”, de George Michael.
Chega a ser impressionante como a presença de palco de Billie Joe é capaz de balançar o corpo de qualquer um. Foram vários os momentos em que o cantor interagiu com o público, desde as saudações que fazia até os beijos de língua que dava na câmera que registrava a cena no telão.
A mesma energia enfeitiçante foi vista no baixista Mike Dirnt, que quebrou queixos com solos arrastados, e no baterista Tré Cool, que no dia anterior já mexia com o coração dos fãs, ao tocar tamborim numa roda de samba num dos bairros mais boêmios do Rio de Janeiro. Ao fim do show, ele distribuiu baquetas aos fãs.
Era quase impossível não se emocionar em ao menos uma música. Foi, de fato, um espetáculo.
| IDNews® | Folhapress | Via NMBR |Brasil