História do Feminismo abre Mês da Mulher na Câmara Municipal
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História do Feminismo abre Mês da Mulher na Câmara Municipal
| IDNews| Brasil | Assessoria de Imprensa | Câmara Municipal de Araraquara
A psicóloga Juliana Superbi foi a palestrante do evento, organizado pela Escola do Legislativo
IDN/Interior/Araraquara
Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a Escola do Legislativo (EL) promoveu, na segunda-feira (9), uma tarde de reflexão sobre a condição feminina com a palestra “História do Feminismo”, ministrada pela psicóloga Juliana Superbi. A palestrante é responsável pelo projeto “Sobre Nós Mulheres”, que busca incentivar a busca por direitos, o empoderamento feminino e a independência pessoal e profissional.
Juliana destacou a importância de as mulheres terem coragem para se posicionarem em muitos momentos de suas vidas e da sororidade, ou seja, o sentimento de solidariedade e união entre mulheres, sem competições e julgamento, para se ajudarem na luta por direitos.
Ela também ressaltou que o feminismo não é o oposto do machismo, como muitos acreditam. “Enquanto o machismo coloca o homem em posição de superioridade em relação à mulher, o feminismo busca construir condições de igualdade entre gêneros, não de superioridade. São comportamentos diferentes”, observou.
Ondas de lutas
A história do feminismo divide-se em três ondas. A primeira onda, originada no fim da década de 1910, é marcada pelo fim da Primeira Guerra Mundial e caracteriza-se pela luta pelos direitos trabalhistas das mulheres e pelo movimento sufragista (direito de voto). “As mulheres acreditavam que o voto poderia lhes dar o poder de mudar as condições de trabalho nas fábricas. Muitas foram mortas, presas, perderam suas famílias, para que nós tivéssemos o direito de votar hoje. Confesso que conhecer esta história mudou minha visão pessoal em relação à importância do voto”, disse Juliana.
A segunda onda, que teve início nos anos 50, aborda a liberdade sexual, o direito ao prazer, à autoridade sobre o próprio corpo, aos métodos contraceptivos e ao aborto. Já a terceira, iniciada nos anos 80, tem como foco a mudança dos estereótipos ligados às mulheres, com o objetivo de reconhecer as diversas identidades femininas e abandonar a ideologia de “feminismo vítima”.
“Hoje já se fala em quarta onda, mas ela é uma expansão da terceira”, apontou Juliana. Entre os temas atuais, estão a desconstrução da imagem do feminino, o feminismo negro em ascensão e a pluralidade feminina. A perseguição de padrões de beleza e normalidade baseados na TV e em redes sociais é um novo desafio que a mulher contemporânea enfrenta.
“É interessante notar que todos os temas, de todas as ondas do feminismo, ainda são atuais. Tem gente que acha chato e desnecessário falar em feminismo e em todos esses assuntos ainda hoje, afirmando que antigamente não se falava tanto em machismo, racismo, LGBTfobia, e se vivia mesmo assim. Mas observemos quais foram os resultados. Temos uma sociedade perfeitamente equilibrada, em que as pessoas vivem bem e se respeitam? Não, então vamos falar disso agora, para que, talvez daqui a 20 ou 30 anos, as pessoas tenham o direito de assumir e vivenciar quem elas realmente são”, concluiu.