Incentivo a coproduções fortalece cinema brasileiro
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Incentivo a coproduções fortalece cinema brasileiro
Ancine abriu inscrições para dois editais com Uruguai e Portugal, e outros três serão lançados até maio, com Chile, Argentina e Itália
18ABR2017|9h24 - Cinema
O cinema está aproximando o Brasil de outros países. Neste mês de abril, a Agência Nacional do Cinema (Ancine), instituição vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), abriu inscrições para dois editais de coprodução, com Uruguai e Portugal, e outros três serão lançados até maio, com Chile, Argentina e Itália.
A iniciativa de apoio à coprodução internacional faz parte do programa Brasil de Todas as Telas, ampla ação governamental que visa transformar o País em um centro relevante de produção e programação de conteúdos audiovisuais.
De acordo com Ana Julia Cabral, assessora internacional da Ancine, o programa de coprodução tem várias linhas de atuação, entre elas o incentivo à formação de parcerias internacionais.
“O primeiro edital de coprodução foi com Portugal, em 2005. Desde então, ele é lançado anualmente. Nesse mesmo período, 2005, 2006, foi lançado um edital com a Galícia, que não voltou a ocorrer. A partir de 2011, passamos a lançar editais com Argentina e Uruguai, uma parceria que já vai para a sétima edição. E com o Chile estamos indo para a segunda edição, começou no ano passado. Com a Itália lançaremos o primeiro neste ano. São editais conjuntos, ou seja, lá no outro país é lançado um edital nos mesmos termos do que o nosso”, explica a assessora.
Ana destaca a importância das coproduções. “As parcerias são relevantes porque promovem a troca de conhecimento entre os dois países. Significa que você tem duas produtoras diferentes engajadas em obter o resultado final. Há uma abertura de horizonte, de troca de experiências técnicas e artísticas”, ressalta.
O valor disponibilizado para os editais de coprodução depende da disponibilidade de recursos de cada país e da média de custos. Ana explica que o valor não varia, é fixo para cada país.
“São concedidos 250 mil dólares no edital com a Argentina, 150 mil dólares no edital com Portugal e 100 mil dólares para os editais com Chile e Uruguai”, revela a assessora.
O programa de coprodução já gerou frutos. Este ano, dos doze filmes brasileiros selecionados para o Festival de Berlim, seis eram coproduções. Segundo Ana, a parceria tem um impacto muito positivo, tanto do ponto de vista técnico, quanto do ponto de vista de visibilidade do cinema brasileiro quando associado com outros países.
“O que temos notado nos últimos anos, muito por conta dos editais e projetos premiados, é que o potencial de sucesso nos festivais é especialmente grande. A presença do Brasil no Festival de Berlim mostra como os filmes em coprodução têm facilidade de viajar e circular pelo mundo. Isso é fruto da união de expertise. Os filmes ganham mais universalidade e poder de alcançar plateias. Nosso primeiro edital com o Uruguai, por exemplo, gerou o filme Boi Neon (2015), que ganhou prêmio no Festival de Veneza. O Brasil tem buscado, por meio da Ancine e do Ministério das Relações Exteriores, realizar mais acordos”, completa.
Os editais de coprodução deste ano têm como parceiros o ICAU – Instituto de Cinema y Audiovisual (Uruguai), o ICA-IP – Instituto do Cinema e do Audiovisual (Portugal), o Conselho Nacional da Cultura e das Artes (Chile), o INCAA – Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales (Argentina) e a Direzione Generale per Il Cinema (Itália). As informações são da Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura.