Kat Torres, suspeita de tráfico humano, tem pedido de liberdade negado
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Kat está presa desde o fim do ano passado após ser denunciada por suspeita de manter pessoas em condições análogas à escravidão e tráfico humano nos Estados Unidos
JUSTIÇA - Katiuscia e o tráfico humano por isso está presa desde o ano passado
Katiuscia Torres Soares, 34, conhecida como Kat Torres ou Kat A Luz, teve um pedido de habeas corpus negado pelo ministro Rogerio Schietti Cruz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), no último dia 19. Ela está presa desde o fim do ano passado após ser denunciada por suspeita de manter pessoas em condições análogas à escravidão e tráfico humano nos Estados Unidos.
A reportagem tentou contato com o advogado Rodrigo Menezes, que representa Torres, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. À época da prisão da cliente, Menezes afirmou, em nota, que as acusações são infundadas.
Kat Torres é influenciadora digital e dizia ser guru espiritual. Ela começou a ser investigada depois que parentes e amigos passaram a procurar uma jovem que foi levada para os EUA para morar com ela. A suposta vítima deletou redes sociais e aplicativos de mensagens e interrompeu o contato com a família.
O caso originou um boletim de ocorrência por suspeita de tráfico humano e uma campanha na internet. Outros relatos semelhantes foram divulgados em um site e reunidos pela advogada Gladys Pacheco, que representa ao menos 15 pessoas que se apresentam como vítimas de Kat Torres, inclusive a jovem procurada pela família.
Kat Torres foi presa nos Estados Unidos no dia 2 de novembro por viver ilegalmente no país. No Brasil, a ordem de prisão preventiva (sem prazo) foi decretada pela 5ª Vara Federal de São Paulo, e a medida foi cumprida no dia 18 de novembro.
Após a prisão, o MPF (Ministério Público Federal) abriu um canal para colher depoimentos de supostas vítimas, com a garantia de preservação de identidade e sem necessidade de comparecer à instituição.
A influenciadora dizia atuar também como modelo, atriz e vidente terapêutica. Em seu site, prometia resolver problemas de forma milagrosa com planos mensais e anuais que podiam chegar a R$ 700.
Nas redes sociais ela fazia publicações contraditórias. Em alguns posts, ostentava hospedagem em hotéis cinco estrelas e vestia roupas de grifes, enquanto em outros pedia dinheiro e afirmava passar necessidade. “Vocês só precisam me enviar todo o dinheiro que puderem doar”, escreveu ela em março deste ano.
Sobre os pedidos, afirmou que ajudá-la era uma oportunidade para os seguidores. “Quem me ajuda, se ajuda. Era uma chance. Quem pegou, pegou”, escreveu.
A persona “good vibes”, porém, dava lugar a outra quando era criticada, e a influenciadora já chegou a ameaçar “haters”.
Kat Torres nasceu em Belém, no Pará. De família pobre, contava nas redes sociais que por vezes sua não tinham comida. “Até na rua já moramos”, relatou em um post de 2017.
Naquele mesmo ano, em entrevista ao apresentador de TV Amaury Jr., ela afirmou que escreveu o livro “A Voz” em transe. Também disse que ajudava as pessoas a escutarem a voz da vida delas.
|IDNews® | Folhapress | Beto Fortunato |Via NBR | Brasil