Lava Jato denuncia ‘gerente’ que mandou US$ 60 mi para o exterior
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Lava Jato denuncia ‘gerente’ que mandou US$ 60 mi para o exterior
| IDNews |Estadão Conteúdo | Via Notícias ao Minuto |Brasil|
As investigações apontaram que Rocha Mattos era o gerente de transações internacionais do grupo comandado pela doleira Nelma Kodama
IDN/Lava Jato
A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná denunciou, nesta segunda-feira, 28, Célio da Rocha Mattos Neto por suposta participação em organização criminosa, operação de instituição financeira irregular, gestão fraudulenta e evasão de divisas. As informações foram divulgadas pela força-tarefa da Lava Jato.
Somente no período de janeiro de 2012 a março de 2014, a organização criminosa enviou US$ 60.096.211,28 para o exterior, por meio de 1.058 operações de câmbio envolvendo empresas e offshores de fachada.
“Nelma estabeleceu uma organização criminosa especializada em operar à margem do sistema financeiro oficial, com nítida divisão de tarefas”, sustenta a Procuradoria.
Segundo a denúncia, “subordinados (de Nelma) diretos e indiretos eram responsáveis pela contabilidade, criação de empresas, realização de operações internacionais e serviam como ‘mulas’ de dinheiro em espécie”.
A Procuradoria destaca que outros subordinados da doleira, como Iara Galdino da Silva, Luccas Pace Junior, Cleverson Coelho de Oliveira, Juliana Cordeiro de Moura e Rinaldo Gonçalves de Carvalho já foram processados e condenados nos autos n° 5026243-05.2014.404.7000.
Agora o gerente de transações internacionais do grupo criminoso é o alvo de denúncia.
Várias correspondências trocadas entre Rocha Mattos, clientes e outros integrantes da organização criminosa “indicam uma participação ativa do denunciado no gerenciamento desses valores ilícitos e nas operações de ‘dólar cabo’ feitos pela organização”.
Além do pedido de condenação à pena de prisão, o Ministério Público Federal pleiteia reparação de danos no valor de US$ 3.004.810,56, equivalente a 5% do valor total evadido.
“Essa denúncia é mais um esforço das autoridades públicas contra crimes que maculam o sistema financeiro e escondem dinheiro oriundo de diversos crimes, como o de corrupção”, afirma o procurador da República Julio Noronha, membro da força-tarefa Lava Jato no Paraná.
Início da Lava Jato
Essa denúncia remete ao início da operação, quando, em 2013, investigações começam a monitorar as conversas do doleiro Carlos Habib Chater, ligado ao doleiro Alberto Youssef, investigado e processado por crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro no caso Banestado.
Por meio de grampos telefônicos, foram identificadas quatro organizações criminosas que se relacionavam entre si, todas lideradas por doleiros.
A primeira era chefiada por Chater (cuja investigação ficou conhecida como “Operação Lava Jato”, nome que agora é usado para se referir a todos os casos); a segunda, por Nelma Kodama (cuja investigação foi chamada “Operação Dolce Vita”); a terceira, por Youssef (cuja apuração foi nomeada “Operação Bidone”); e a quarta, por Raul Srour (cuja investigação foi denominada “Operação Casa Blanca”).
Em 17 de março de 2014, foi deflagrada a primeira fase ostensiva da Lava Jato.
Defesa
A reportagem busca contato com a defesa de Célio da Rocha Mattos Netto, mas ainda não obteve retorno.