Lea T, a transexual que vai fazer história na abertura da Olimpíada
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Lea T, a transexual que vai fazer história na abertura da Olimpíada
A top model diz levantar ‘bandeira da inclusão’
17:26| 28/07/2016 Olimpíada
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, a top model internacional Lea T diz que quer levantar a bandeira da inclusão e ser porta-voz da diversidade de gênero, orientação sexual e raça. Com estes objetivos aceitou um convite para participar da cerimônia de abertura da Olimpíada, no Rio de Janeiro, como a primeira transexual a ter um papel de destaque numa abertura olímpica na história dos Jogos.
A modelo afirma não poder entrar em detalhes sobre sua participação, mas adiantou que representará a necessidade de combater o preconceito.
Lea T estará ao lado de artistas como Soares, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Anitta, cuja participação já foi confirmada na noite de 5 de agosto.
“Eu, como qualquer outra transexual, levanto uma bandeira. Falo da transexualidade porque faz parte da minha história, mas sou apenas mais uma integrante desta comunidade, sou mais uma. Sei que sou privilegiada por ter a mídia que me ouve, mas cada transexual em sua luta cotidiana tem igual importância para os LGBTs”, revelou.
Filha do ex-jogador da seleção brasileira Toninho Cerezo, Leandra Medeiros Cerezo nasceu em Belo Horizonte em 1981, mas cresceu na Itália. De acordo com o portal iG, aos 29 anos, estreou no mundo da moda em uma campanha da grife de alta costura francesa Givenchy, quando passou a adotar o nome Lea T.
A top foi uma das poucas personalidades brasileiras a serem entrevistadas pela apresentadora Oprah Winfrey, dos Estados Unidos, e em 2015 foi eleita pela revista americana Forbes como uma das 12 mulheres que mudaram a moda italiana.
Diante do papel de pioneirismo como top model transexual, aos 35 anos a mineira se sente feliz em ajudar a mostrar a diversidade brasileira ao mundo.
“Neste momento em que o Rio de Janeiro e o Brasil serão apresentados ao mundo, é imprescindível que a diversidade esteja presente. O Brasil é muito vasto, e toda essa diversidade precisa, de alguma forma, ser representada em um evento como esse. Foi justamente isso que me motivou a aceitar o convite para participar da cerimônia de abertura”, relata.
Questionada sobre a prostituição entre os transexuais e os riscos de maior exposição à violência e abusos, a modelo não se diz contra a atividade. “Não sou contra a prostituição. Cada um pode fazer o que bem entende com seu corpo. A questão é que essa é a única forma de sobrevivência que se apresenta, em muitos casos, para as transexuais não apenas no Brasil, mas em todo o mundo”, explica.