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Líder em público, Itaquerão sofre fora do futebol e rivais lucram


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Líder em público, Itaquerão sofre fora do futebol e rivais lucram
Corinthians foi o único clube a levar mais de 1 milhão de torcedores ao total ao seu estádio em dias de jogos em 2016

05JAN2017| 10.28
Itaquerão

Dono da torcida mais numerosa do Estado de São Paulo, o Corinthians foi o único clube a levar mais de 1 milhão de torcedores ao total ao seu estádio em dias de jogos em 2016. Em contrapartida, ainda sofre para atrair público em eventos não relacionados a futebol, enquanto os dois rivais da capital levam vantagem nesse aspecto.

No balanço de público da temporada passada, o Palmeiras lidera com mais de 850 mil torcedores assistindo a jogos no Allianz Parque e outros 418 mil espectadores em shows. Entre os dois arquirrivais está o São Paulo, com mais de 645 mil torcedores em partidas do São Paulo e outros 200 mil espectadores em megashows.

Para 2017, o Allianz Parque continuará dividindo as suas atividades entre jogos de futebol e shows. Já estão agendadas apresentações de Justin Bieber, Elton John e Sting.

O Corinthians, que nos últimos 18 meses conseguiu reunir apenas 50 mil pessoas no Itaquerão em eventos corporativos, festivais musicais e palestras, tem se organizado para diminuir a ociosidade da arena e conseguir evoluir no único aspecto de lotação em que os rivais lideram. O intuito é atrair mais eventos e aumentar as receitas nesse segmento.

O público ‘extra-futebol’ no Itaquerão ainda está abaixo do sonhado pelo clube, pois representa menos de 10% das receitas com a nova arena, cuja manutenção mensal custa R$ 2 milhões, fora as prestações de R$ 4 milhões para pagar os empréstimos obtidos durante a construção do estádio.

Apesar de evitar a concorrência com os rivais São Paulo e Palmeiras no quesito eventos, o Corinthians admite estar atrás no segmento. O clube do Parque São Jorge não pretende ter no Itaquerão megashows, mas entende ser necessário ampliar o faturamento, até por entender que o modelo atual é pouco rentável se comparado às nove atrações internacionais que se apresentaram no Morumbi e no Allianz Parque em 2016, para um público agregado de mais 600 mil pessoas.

“Estamos em busca de prospectar o mercado e mostrar para as pessoas o que podemos oferecer, o temos de estrutura. O que vejo é um certo ‘pré-conceito’ com a arena, principalmente pela localização, pelo que ouvem falar”, explicou o gestor do estádio, Lúcio Blanco. O clube prefere não trabalhar com metas fechadas sobre quantidade de eventos para 2017. O plano é apenas aumentar a frequência.

O Corinthians admite ter se prejudicado pela demora no fim das obras do estádio, inaugurado em maio de 2014. “Para a Copa foram construídas estruturas temporárias. Depois, foi mais um ano e meio para concluir o restante. Então, praticamente só em 2016 começamos a ficar prontos para receber eventos”, explicou Blanco.

A arena recebeu no último ano uma gravação de seriado e festival musical, foi cenário de fotos para casamentos e teve palestras. O clube cede para eventos os 89 camarotes, lounges, halls de entrada e locais de uso dos jogadores, como o espaço de aquecimento do vestiário e a zona mista.

O Corinthians diz ainda ter mais de 20 mil m² de área em diferentes ambientes com capacidade para receber mais de mil pessoas, como, por exemplo, o estacionamento.

GRAMADO INTOCÁVEL – O clube tem estratégia diferente dos rivais em mais um aspecto fora o de não querer megashows. “Nossa prioridade é não atrapalhar o time, não fazer com que ele tenha que jogar em outro estádio por causa de um evento”, afirmou o gestor.

Na última temporada, São Paulo e Palmeiras tiveram de jogar fora enquanto cediam o estádio para shows. No caso do alviverde, a intensa utilização para eventos gerou críticas até do então treinador do time, Cuca, pelo estrago no campo causado pela preparação do espaço para as apresentações. Com informações do Estadão Conteúdo.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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