Lisca se despede com segunda pior marca de um técnico do Santos no século
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O clube e o treinador falam de um desligamento por comum acordo de uma parceria que durou apenas oito jogos
Duraram pouco as juras públicas de amor entre Santos e Luiz Carlos de Lorenzi, o Lisca. Após 54 dias, o técnico gaúcho não faz mais parte do clube.
O ponto final na relação foi selado nesta segunda-feira (12). Foi decisiva no adeus a derrota por 2 a 1 para o Ceará, no último sábado (10), a segunda consecutiva do Campeonato Brasileiro.
As partes, oficialmente, falam de um desligamento por comum acordo de uma parceria que durou apenas oito jogos. Foram duas vitórias, três empates e três derrotas, um aproveitamento de 37,5%.
A marca é a segunda pior de um treinador na Vila Belmiro neste século, segundo levantamento da Assophis (Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos FC), e reflete o caos vivido pelo clube nos últimos anos.
Entre todos os 27 nomes que comandaram a equipe, à exceção de interinos, só Nelsinho Baptista, em 2005, teve um desfecho mais melancólico que o de Lisca. Caiu após 13 jogos, com 30,7%, e um 7 a 1 sofrido diante do rival Corinthians.
Lisca deixa o Santos na décima colocação, com 34 pontos, uma abaixo daquela em que estava o time quando o gaúcho o assumiu. Na ocasião, ao final da 18ª rodada, o time era o nono, com 25.
A saída do treinador escancara números abaixo dos esperados e outros problemas tão evidentes quanto antigos nos bastidores.
Entre todos os nomes contratados pela gestão do presidente Andres Rueda, iniciada em janeiro de 2021, nenhum ficou tão pouco -Ariel Holan era, até então, o recordista, com somente 13 jogos.
Algo em comum entre eles: nenhum teve aproveitamento que chegasse à casa dos 50%, nenhum atingiu 40 jogos no cargo.
O argentino Holan, o primeiro escolhido, deixou a Vila com 41,6%. Fernando Diniz, o seu sucessor, saiu com 44%; Fábio Carille, com 45,6%. E, por fim, o argentino Fabián Bustos se despediu em agosto, com 44,4%.
No último dia 1º, Rueda afirmou à Gazeta Esportiva que possuía “relação fantástica” com Lisca e pretendia “ficar pelo menos um ano e meio” com o treinador. A previsão era atrelada à duração do mandato do presidente. Lisca sucumbiu 11 dias depois.
“Tenho gostado muito. É um grande parceiro. A proximidade é muito grande. Uma pessoa superinteligente. Estamos fazendo uma boa dupla. Estamos pensando em 2023. A relação está fantástica. Ele vai ficar pelo menos mais um ano e meio comigo”, disse o cartola, na ocasião.
No período, Lisca ganhou reforços com as chegadas dos meias-atacantes Soteldo e Luan, do lateral direito Nathan e do meia argentino Carabajal. O técnico, porém foi criticado, principalmente, porque não se observou uma evolução com semanas livres para treinamento.
“O jogo estava controlado, e nós sofremos nessa questão tática. As falhas são individuais, mas a responsabilidade é do treinador. Quem escala é o treinador, quem bota os jogadores é o treinador. Tenho que assumir junto com os jogadores que falharam”, disse o técnico, após o confronto em Fortaleza.
Em dezembro do último ano, em reunião no Conselho Deliberativo, Rueda abriu o fluxo de caixa do clube e mostrou detalhes de acordos trabalhistas feitos com ex-treinadores. Em 2021, foram R$ 12,9 milhões gastos com Dorival Júnior, Enderson Moreira, Jesualdo Ferreira, Oswaldo de Oliveira, Levir Culpi, Jorge Sampaoli, Holan, Diniz e Cuca.
Ninguém se firmou desde a saída de Sampaoli. Em dois anos e nove meses sem o argentino, venerado por torcedores mesmo sem a conquista de um título, o Santos virou uma máquina de moer treinadores.
Foram triturados Jesualdo Ferreira, em 2020, Ariel Holan e Fernando Diniz, em 2021, Fábio Carille, Bustos e Lisca, em 2022. O clube também desligou o auxiliar fixo Marcelo Fernandes, campeão paulista em 2015 e técnico emergencial quando necessário.
A única exceção foi Cuca, vice-campeão da Libertadores em janeiro de 2021. A saída do treinador foi a menos traumática, já que ele deixou a equipe classificada para a fase da Libertadores, mas preferiu não renovar seu contrato.
O clube ainda não fala em um substituto. Entre os nomes especulados estão os de Vanderlei Luxemburgo, com quatro passagens pela Vila Belmiro, Roger Machado e Tiago Nunes.
O alvo mais provável é um estrangeiro que trabalhou diretamente com Sampaoli: Sebastián Beccacece, que se desligou no fim de semana do Defensa y Justicia. Por enquanto, Orlando Ribeiro, do sub-20, assume interinamente o cargo.
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