Lula: com direitos políticos, posso ser candidato para derrotar o bolsonarismo
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Lula: com direitos políticos, posso ser candidato para derrotar o bolsonarismo
O petista também voltou a criticar Sérgio Moro e a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba – chamados de “quadrilha”
Condenado na Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira, 18, que pode disputar as eleições em 2022 caso o Supremo Tribunal Federal (STF) declare a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e devolva seus direitos políticos. “Para que eu seja candidato a presidente da República é preciso uma razão maior. Se for necessário para derrotar o tal do bolsonarismo, não tenha dúvida nenhuma que eu me colocaria à disposição. Mas isso ainda tem tempo para decidir”, afirmou em entrevista ao colunista Kennedy Alencar, do portal UOL.
A declaração é dada dias após o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, confirmar que recebeu orientação para “rodar o País” e se apresentar como potencial candidato do PT em 2022, caso ex-presidente continue vetado nas eleições.
O petista também voltou a criticar Sérgio Moro e a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba – chamados de “quadrilha”. Também reafirmou a inocência e falou sobre as expectativas para o julgamento que pode derrubar sua condenação. “Não sei qual será a decisão da Suprema Corte. O que eu sei é que eu sou refém da maior mentira jurídico-política contada nesse País para evitar que eu pudesse ser candidato à Presidência da República”, disse. “Essa gente não estava atrás de combater a corrupção, eles queriam criar uma República de Procuradores.”
O ex-presidente, que foi diagnosticado com o novo coronavírus durante uma viagem à Cuba para participar da gravação de um documentário sobre a América Latina dirigido pelo cineasta americano Oliver Stone, disse que foi um paciente assintomático. Ele ainda confirmou que vai tomar a vacina assim que o imunizante for disponibilizado para idosos com mais de 75 anos e chamou de “encenação política” o ato simbólico organizado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para imunizar os ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer no dia do aniversário da capital paulista.
Lula também falou sobre o presidente Jair Bolsonaro e fez críticas contundentes à condução da pandemia pelo governo federal – o que, na avaliação do petista, justificaria a abertura de um processo de impeachment na Câmara. O ex-presidente, no entanto, não vê chance de instauração do procedimento para cassação do mandato em um futuro próximo.
“Se a gente não conseguiu colocar impeachment em votação com Rodrigo Maia, certamente a gente não vai conseguir colocar agora com o (Arthur) Lira. Eu não acredito que haja um tempo agora de fazer o debate e nem que o Lira vai colocar em votação”, avaliou. “O governo age de forma irresponsável e brinca o tempo todo desafiando a ciência. A situação é grave. A sociedade tem que perceber isso. ( ) Essa brincadeira que ele [Bolsonaro] está fazendo com o coronavírus é uma estupidez. É o gesto de um homem insano, que não tem sentimento, respeito pela ciência, pela medicina e pelas 250 mil pessoas que já morreram”, acrescentou.
Outro ponto criticado pelo ex-presidente foi a política armamentista do atual governo. “Ele pensa que os problemas do Brasil se resolvem com bala, cartucho. Só pode ser chamado de genocida”, afirmou Lula.
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