Má qualidade do sono está associada a aspectos depressivos
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Má qualidade do sono está associada a aspectos depressivos
“A insônia pode ser um sintoma de ansiedade e depressão, de perturbações ansiosas e do humor”, explica especialista
9:11 |IDNews/Lusa/Via Notícias ao Minuto | 2018OUT22 |
A má qualidade do sono está associada, em grande medida, a aspectos depressivos, disse à agência Lusa a especialista Marta Gonçalves, que participa no simpósio “Insônia: a perspectiva da Medicina do Sono”, em Coimbra, em Portugal.
Segundo a especialista em medicina do sono, que citou estudos de 2010, 18% da população de Portugal sofre de insônia, sendo que a mais prevalente é a dificuldade em adormecer, e desse número 10% tomava medicamentos para dormir, “o que é preocupante”.
Um estudo mais recente em população adulta, com base numa amostra da região do grande Porto, concluiu “que 30% de jovens adultos com 21 anos têm má qualidade de sono e 15,6% tinham sintomas depressivos”.
“Nesse grupo, 23,5% dormem menos de sete horas, que é o mínimo indicado de sono aos 21 anos (entre sete a nove horas)”, explicou.
Para Marta Gonçalves, a insônia “é um sintoma comum associado a outros sintomas depressivos, mesmo que muitas vezes os outros não sejam tão evidentes e apareçam mascarados”.
“Temos de estar atentos, porque 40% das insônias têm esta causa, esta morbilidade psiquiátrica – quer a ansiedade quer a depressão podem estar ligadas”, sublinhou.
Em súmula, acrescentou, “a insônia pode ser um sintoma de ansiedade e depressão, de perturbações ansiosas e do humor”.
“Por outro lado, a insônia a longo prazo, em estudos longitudinais, aumenta o risco de depressão para mais do dobro”, frisou.
Outras causas possíveis de insônias estão relacionadas com a Síndrome do Apneia do Sono, da Síndrome de Pernas Inquietas, das alterações do ritmo circadiano e de várias outras doenças próprias da Medicina do Sono.
De acordo com Joaquim Moita, presidente da Associação Portuguesa do Sono (APS), citado num comunicado enviado à agência Lusa, a insônia é tratável, “embora, na maioria dos casos, não o seja de forma eficaz em Portugal pelo uso excessivo e inapropriado de benzodiazepinas, que provocam dependência, alterações cognitivas, comportamentais e demência precoce”. Com informações da Agência Lusa.