Major confessa que matou marido; esposa da vítima relata agressão e medo de ser assassinada
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Cinco dias depois da morte, a major da PM-RJ foi até a 37ª DP (Ilha do Governador) e confessou que matou o marido, de acordo com a polícia.
Uma major da Polícia Militar foi afastada da corporação após confessar, segundo a polícia, ter matado o próprio marido, um ex-cabo do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Ela relatou ter sofrido violência psicológica e física por parte de Luiz Alberto Muniz do Carmo, 48, de acordo com a Polícia Civil.
Inicialmente, Fabiana Pereira Ribeiro, 42, alegara que o marido havia cometido suicídio, porém, durante as investigações, os peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli identificaram fatos atípicos, como o homem estar deitado de lado, coberto com um edredom e, um dos principais indícios, não haver resquícios de pólvora nas mãos.
Cinco dias depois da morte, a major da PM-RJ foi até a 37ª DP (Ilha do Governador) e confessou que matou o marido, de acordo com a polícia. Segundo ela, Luiz Alberto Muniz era extremante ciumento, violento e possuía um sentimento de posse muito grande.
“Luiz Alberto possuía comportamento violento e agressivo com a declarante e com seus filhos, apresentando sempre problemas de humor, alternando poucos momentos de euforia e, na maior [parte do tempo], mau-humor e extrema irritação. (…) Há cerca de 5 meses as agressão passaram a ser diárias, tanto contra a declarante, como contra seus filhos, na forma de xingamentos, ameaças e espancamentos”, diz um trecho do depoimento.
A mulher disse ainda que o marido vistoriava diariamente seu telefone celular “à procura de mensagens de supostos amantes, os quais nunca existiram. Que ele também checava diariamente as mensagens no e-mail da declarante”.
A reportagem teve acesso a alguns trechos do documento. Após ter relatado diversas situações em que foi agredida e ameaçada de morte, na noite anterior à morte do ex-cabo, a major relatou que decidiu pegar a própria arma, que ficava em um closet.
Segundo Fabiana, Luiz Alberto tinha o costume de dormir com uma pistola ao lado da cama e quatro carregadores.
“Luiz Alberto sempre dormia com uma pistola cal.45 com 4 carregadores reserva ao lado da cama. (…) A declarante foi ao banheiro do quarto, buscou sua arma no closet. (…) Estava receosa demais de Luiz Alberto a matar. (…) A declarante, então, dirigiu-se à cama e disparou contra a cabeça de Luiz Alberto, o qual estava deitado e acordado na cama, há poucos centímetros de sua arma, ao alcance de sua mão”, diz o texto do depoimento de Fabiana.
Ainda em depoimento, a major disse que após o disparo foi para a sala verificar se os filhos tinham acordado e ligou para o telefone 190 pedindo auxílio.
O caso aconteceu no dia 28 de fevereiro na casa onde moravam com dois filhos, um de 3 e outro de 8 anos, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. O ex-cabo foi morto com um tiro na têmpora direita.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Fabiana. Um dos advogados disse para a reportagem que o caso “está sendo cuidado pela área criminal e que ainda está sendo avaliado [um posicionamento]”.
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