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Manipulação na Série B: como funcionava esquema envolvendo atletas e apostadores


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Um apostador de fora de Goiás, por meio de sua empresa, cooptava atletas para que, mediante pagamento, alterassem o resultado do jogo

ESPORTES – FUTEBOL – MANIPULAÇÃO – FRAUDE


Material apreendido durante a Operação Penalidade Máxima, realizada na terça-feira, reforça os indícios de que houve manipulação em pelo menos três partidas da Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado para atender a interesses de apostadores. Além disso, aponta que os crimes se estenderam para jogos realizados este ano e o Ministério Público de Goiás não descarta a possibilidade de o esquema envolver também partidas da Série A do Campeonato Brasileiro. O MP de Goiás afirma que não há indícios de dirigentes de clubes envolvidos, apenas jogadores e de um apostador.
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA?

Um apostador de fora de Goiás, por meio de sua empresa, cooptava atletas para que, mediante pagamento, alterassem o resultado do jogo. Esses jogadores tinham que realizar uma ação específica no jogo: cometer um pênalti ainda no primeiro tempo da partida. O esquema envolvia o resultado de mais de um jogo, no caso investigado, dos três jogos da última rodada da Série B de 2022. Conversas de WhatsApp de um celular apreendido com suspeito em São Paulo comprovam o esquema de manipulação.

COMO SURGIU A INVESTIGAÇÃO?

A investigação teve início em novembro de 2022 a partir de uma denúncia feita pelos dirigentes do Vila Nova, de Goiás, sobre um esquema de apostas, envolvendo a manipulação de resultados em jogos da Série B.

QUANTO RECEBIAM OS JOGADORES?

Os jogadores envolvidos recebiam R$ 150 mil, caso o resultado fosse o acordado, sendo que R$ 10 mil recebiam antes da partida e o restante ao fim do jogo.

QUAIS FORAM OS JOGOS?

Os três jogos que deram origem à investigação são da última rodada da Série B: Vila Nova 0 X 0 Sport, Criciúma 2 X 0 Tombense e Sampaio Corrêa 2 X 1 Londrina. Na partida do Vila Nova, o jogador Romário teria recebido o adiantamento de R$ 10 mil, mas não cometeu o pênalti na partida, que ficou 0 a 0, e passou a ser cobrado pelo ressarcimento do prejuízo.

QUAL ERA O RETORNO COM ESSAS APOSTAS?

O MP de Goiás não identificou todos os sites nos quais são feitas as apostas, apenas dois que estão hospedados fora do país. Os investigadores calculam que o lucro com a manipulação do resultado dos três jogos da última rodada da Série B seria de R$ 2 milhões.

QUAIS OS JOGADORES ENVOLVIDOS?

Gabriel Domingos de Moura – Vila Nova

Marcos Vinícius Alves Barreira (Romário) – teve o contrato rescindido com o Vila Nova em novembro do ano passado

Joseph Maurício de Oliveira Figueiredo – Tombense

Mateus da Silva Duarte – ex-Sampaio Corrêa e hoje no Cuiabá

Operação Penalidade Máxima

Na manhã de terça-feira, foram cumpridos um mandado de prisão temporária contra Bruno Lopes de Moura, em São Paulo, e nove de busca e apreensão em Goiânia, São João del-Rei (MG), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ).

QUAIS OS PRÓXIMOS PASSOS?

Com base no material apreendido na operação Penalidade Máxima, o MP de Goiás vai investigar indícios de que o esquema se estendeu para este ano e não só envolvendo pênaltis, mas apostas sobre resultado parcial no primeiro tempo, número de escanteios e de cartões amarelos e vermelhos. Há indícios de manipulação em pelo menos um jogo realizado em Goiás e em outros jogos de Estaduais. Os promotores não descartam a possibilidade de manipulação de resultado em jogos da Série A.

CRIMES APURADOS

Associação criminosa, lavagem de dinheiro e dois crimes previstos no Estatuto do Torcedor, que envolvem a corrupção em âmbito esportivo, com pena prevista de 2 a 6 anos de prisão.

| IDNews®| Beto Fortunato | Via NBR | Estadão Conteúdo|

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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