Márcia Lia questiona exoneração de funcionário 48 h após ‘Alba Branca’
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Márcia Lia questiona exoneração de funcionário 48 h após ‘Alba Branca’
Deputada participou da reunião da CPI da Merenda, nesta terça-feira, na Assembleia Legislativa
15.18| 19OUT2016 Assessoria de Comunicação da deputada estadual Márcia Lia *Com Imprensa Alesp
A deputada estadual Márcia Lia classificou como, “no mínimo, estranha” a exoneração do funcionário de carreira da Secretaria Estadual de Educação, Cleiton Gentili, dois dias após ter estourado na imprensa o esquema de superfaturamento e pagamento de propina no fornecimento da merenda da rede estadual, conhecido como Máfia da Merenda, pela Operação Alba Branca.
Na manhã desta terça-feira, dia 18, a parlamentar acompanhou a oitiva de Gentili e de outro ex-funcionário da Secretaria, Rodrigo Pimenta, durante 14ª reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada pela Assembleia Legislativa, após pressão dos deputados do PT, PSOL e PCdoB e dos próprios estudantes secundaristas, que ocuparam o legislativo por três dias no início deste ano.
Gentili, que atuou por 15 anos na Secretaria Estadual de Agricultura e assumiu cargo de assistente no Departamento de Alimentação e Assistência ao Aluno (DAAA) em janeiro de 2015, teria sido o mediador do reequilíbrio econômico do contrato entre a Secretaria Estadual de Educação e a COAF (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), de Bebedouro. Quando indagado se o escândalo da merenda foi a motivação da sua exoneração, Gentili se limitou a dizer: “Espero que não” e afirmou que soube da sua saída do quadro de funcionários da Secretaria pelo Diário Oficial.
Márcia questionou Gentili sobre a possibilidade de tráfico de influência dentro da Secretaria. Segundo ela, em outras oitivas da CPI, testemunhas confirmaram o trânsito de pessoas da COAF no escritório do DAAA que ficava instalado na rua 13 de maio. Gentili respondeu dizendo que as pessoas eram atendidas no departamento de forma técnica, sempre em conjunto com outros funcionários e que as reuniões eram registradas em ata. “Não há tráfico de influência. O que há é uma irresponsabilidade das pessoas que integram a Cooperativa de vincular a sua atuação criminosa com os servidores”, retrucou o depoente.
A deputada também observou que muitos moradores da cidade de Bebedouro, onde está sediada a COAF, sabiam que a cooperativa contava com pessoas com atuação suspeita e questionou como a Secretaria de Agricultura, assim como seus funcionários, poderiam não saber. A resposta mais uma vez foi negativa.
Em todo depoimento, Gentili, que chegou a ser responsável pela Codeagro (Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios), órgão que tem, dentre outras funções, a responsabilidade de promover o fortalecimento do cooperativismo e associativismo rurais, negou ter conhecimento de “esquemas” na COAF, uma das maiores cooperativas de São Paulo. “Você estava na Codeagro e não sabia o que era a Coagrosol e COAF?”, indignou-se o líder da Bancada, José Zico Prado. Gentili afirmou que passou a conhecer a COAF apenas ao entrar na Secretaria de Educação.
Já Alencar Santana confrontou o depoente dizendo estranhar que um assunto de interesse do Desup (Departamento de Suprimentos e Licitações) não fosse tratado por esse órgão, mas encaminhado ao DAAA (Departamento de Alimentação e Assistência ao Aluno), que em tese não teria essa atribuição.
Alencar perguntou ainda a Gentili sobre a interceptação telefônica na qual diretores da COAF afirmam terem sido avisados, pelo depoente, sobre o cancelamento de outro processo de chamada pública em 2015. Apesar de dizer desconhecer o contato, Gentili não soube explicar o porquê das diversas citações de seu nome.
Como aconteceu em outros depoimentos, o depoente agiu para não comprometer membros de altos escalões do Governo Tucano, bem como o Presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez, amplamente citados em delações e depoimentos da Alba Branca.
Desencontro de informações – Rodrigo Pimenta, ex-servidor da Secretaria de Educação, negou à CPI da Máfia da Merenda ter aberto uma chamada pública, mas no momento seguinte foi desmascarado pelo deputado Alencar Santana Braga, que mostrou publicação da chamada no Diário Oficial da União.
Sem jeito, o depoente acabou admitindo então ter cometido atos irregulares. Outras desordens que acontecem na Secretaria de Educação ficaram bastante evidentes no depoimento não só de Pimenta, como também de depoentes ouvidos em reuniões anteriores. Pimenta era um dos responsáveis pela elaboração dos editais da merenda, entre eles o da COAF, que possibilitou desvio de milhões de reais.