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Martinho da Vila diz que ‘negacionistas estão crescendo, mas temos que resistir’


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Martinho da Vila diz que ‘negacionistas estão crescendo, mas temos que resistir’

Durante a pandemia, o músico disse que tem tentado manter a positividade


Martinho da Vila, 83, falou sobre os mais de 50 anos de carreira durante participação na websérie documental Pelas Quadras do Samba, do canal Papo de Música. O sétimo episódio, comandado pela jornalista Fabiane Pereira, entra no ar no YouTube na terça-feira (23).

O cantor e compositor lembrou da estreia no palco, em 1967, no terceiro Festival de Música Popular Brasileira, ao lado de nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Erasmo Carlos. “O festival era muito forte e importante, todos os artistas gostariam de participar”, disse.

Ele contou que, na ocasião, foi um dos 10 autores que defenderam a própria composição. “O Jamelão foi escolhido para defender a minha composição, ‘Menina Moça’. Ele era uma grande estrela da época e viajou chegando muito próximo da apresentação”, contou.

“Como ele não sabia [a música], tiveram a ideia de eu ir com ele e aí a gente cantou juntos. Aí, virei artista e o contador dançou”, brincou, referindo-se à profissão que tinha antes da fama.

Durante a pandemia, o músico disse que tem tentado manter a positividade. “Nós estamos num momento em que os negacionistas, os raivosos, os pessimistas estão crescendo muito, mas a gente tem que resistir, porque cada ação gera uma reação”, afirmou. “Uma ação boa gera uma reação boa, então nós temos que ser otimistas. Os otimistas foram os que mudaram o mundo.”

O músico lembrou que suas composições sempre trouxeram temas políticos, mesmo que não seja de forma explícita. “A maioria das minhas músicas, dos meus sambas e das coisas que falo estão envolvidas com o fator político”, disse.

“Se eu contar simplesmente uma história, já entra política no meio”, contou. “Os sambistas, mesmo os mais românticos, trazem ali embutido uma mensagem. É difícil ter um samba alienado.”

Contudo, ele acredita que esses temas devem aparecer de forma natural na obra. “O compositor não pode pensar em fazer um ‘samba político’. Ele tem que se preocupar em fazer uma música, uma composição boa que tenha as coisas principais: riqueza melódica e poética, e, a partir desse parâmetro, ele pode falar que tal música pode ser de tema político”, avaliou.

Além de Martinho da Vila, já passaram pela websérie nomes como Dudu Nobre e Pretinho da Serrinha. Os próximos convidados são Daniel Gonzaga, Andrezinho e Mauro Diniz. O material também deve virar um podcast no Spotify e também será publicado em formato de e-book a partir de abril.

| IDNews® | Folhapress | Via NMBR |Brasil

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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