Marvel se repete à exaustão para parecer diferente, afirma Francis Ford Coppola
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“E o que é uma produção da Marvel? É um protótipo de filme, que é feita de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e de novo, para parecer diferente”, disse, se referindo à repetição de fórmulas
Para Francis Ford Coppola, diretor da chamada nova Hollywood que produziu clássicos como “O Poderoso Chefão” e “Apocalypse Now”, não existem mais “filmes de estúdio”. “Agora, temos filmes da Marvel”, afirmou ele à revista americana QG, em entrevista publicada nesta quinta (17).
“E o que é uma produção da Marvel? É um protótipo de filme, que é feita de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e de novo, para parecer diferente”, disse, se referindo à repetição de fórmulas.
“Até mesmo as pessoas talentosas –você poderia pegar ‘Duna’, feito por Denis Villeneuve, um artista extremamente talentoso, e você poderia pegar ‘007 – Sem Tempo para Morrer’, dirigido por Cary Fukunaga– ótimos artistas”, continuou o diretor.
“E nós poderíamos pegar os dois filmes, tirar uma mesma sequência de ambos e colocá-los juntos. A mesma sequência em que todos os carros colidem uns com os outros. Todos eles têm essas coisas, e eles quase precisam tê-lo, se quiserem justificar seu orçamento. E esses são os bons filmes e os cineastas talentosos”, defendeu Coppola, sugerindo que os cineastas hoje têm de encontrar brechas para exercer suas individualidades.
Mais adiante, falando sobre a sua experiência de buscar a autoria dentro da indústria, ele aponta que não há problema em um cineasta fazer um projeto da Marvel, seguindo uma fórmula e dando um pouco de sua personalidade. “Mas como arte, faça isso e mais outra coisa. Se você vai fazer arte, que seja pessoal. Que seja muito pessoal para você”, afirmou.
Posição semelhante já foi defendida anteriormente por nomes como o diretor Martin Scorcese, a quem, em 2019, Coppola defendeu. “Nós esperamos aprender com o cinema, ganhar alguma coisa, algum conhecimento, alguma inspiração”, afirmou ele à época. “Eu não sei o que alguém ganha vendo o mesmo filme de novo. Martin foi gentil quando disse que não é cinema. Ele não disse que é desprezível, que é o que eu digo.”
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