Mesa de conversa debate saúde feminina e estresse em segundo dia de evento na Câmara
Profissionais da área da saúde abordaram situações que afetam a vida de mulheres e causam impactos na vida familiar, social e profissional do público feminino
“Saúde da Mulher e Estresse” foi o tema da segunda noite do evento “(Re)Conecte-se: Transformando Vidas e Trabalho!”, realizado no Plenário da Câmara, na noite de quinta-feira (17) como parte da programação da “Campanha Municipal de Combate e Conscientização a Síndrome de Burnout”, criada pela Lei Municipal nº 7.373/2010.
As discussões foram mediadas pela vereadora Fabi Virgílio (PT), vice-presidenta da Escola do Legislativo (EL), que integrou a mesa de conversa com Larissa Chrispim, médica ginecologista e mastologista; Janaína Linhares, educadora física com formação em Pilates, Move Flow e estudo da Fáscia; Juliana Superbi, psicóloga com formação em Terapia Cognitivo-Comportamental, pós-graduanda em Psicologia Perinatal e da Parentalidade; e Marcela Reis, consultora em gestão jurídica e de pessoas.
Janaína iniciou sua fala relembrando que em seu trabalho ela costuma ser procurada por mulheres que buscam soluções estéticas, mas que, constantemente, apresentam outros problemas, como ansiedade e depressão. Com base em suas vivências profissionais, a educadora física conheceu o Move Flow, um método de estimulação da fáscia (estrutura presente no corpo humano e envolve os músculos, vasos, nervos ou órgãos), que promove alívio das tensões e dores, além de trazer qualidade de vida às pacientes.
Na sequência, Juliana falou dos impactos sociais e culturais que atingem o público feminino, causando uma sobrecarga psicológica pelos excessos de pensamentos, gerando angústias, cobranças internas e externas, que levam a mulher ao adoecimento.
“Muitas vezes as mulheres estão tão preocupadas com os outros que elas não bebem água, não se alimentam, não têm tempo para atividade física, pois estão atentas para todas as demandas, menos as delas próprias”, alertou a psicóloga.
Juliana finalizou lembrando que, segundo as estatísticas, mais de 48% dos lares no Brasil são chefiados por mulheres, reduzindo o tempo disponível delas para atividades de autocuidado ou relacionadas à saúde, independentemente de nível escolaridade ou classe social. “O que a gente mais vê são mulheres adoecidas emocional e fisicamente, e que não se dão conta disso”, concluiu.
Larissa relatou que em seu consultório atende mulheres que apresentam diversos sintomas físicos, como dores e coceiras, geralmente associadas ao estresse crônico e causadas pela produção excessiva de cortisol, um hormônio liberado em situações entendidas como perigosas e estressantes pelo organismo.
Outro ponto destacado pela médica foi o diagnóstico de doenças, como o câncer de mama, em estágio avançado, pois algumas mulheres deixam o cuidado com a saúde em segundo plano. “Nós ainda somos as principais cuidadoras da casa, do lar, e isso também nos adoece, mentalmente e fisicamente, por causa da falta de tempo. O dia tem 24 horas, não dá tempo de pensar e fazer tudo, marcar mamografia, fazer o Papanicolau, fazer atividade física”, concluiu.
A ginecologista ainda ressaltou ser importante a mulher entender que não é preciso dar conta de tudo em todos os momentos, nem ser uma super-heroína da família, pois isso é uma das principais causas de doenças. “Muitas vezes a gente tem que dar uma pausa e refletir como está a nossa rede de apoio, delegar tarefas, pedir ajuda quando sentir necessidade ou cada vez mais mulheres vão chegar adoecidas ao consultório médico”, advertiu.
Marcela, que é a responsável pela organização do evento em conjunto com a Escola do Legislativo, contou como foi seu diagnóstico da Síndrome de Burnout e da sua dificuldade em pedir socorro naquele momento, o que afetou sua vida como um todo. “Desde muito cedo eu sempre fui muito independente e isso me gerou um bloqueio de pedir ajuda”, desabafou.
Ao final das falas das convidadas, foi aberto espaço para perguntas e comentários das pessoas que acompanhavam as discussões presencial ou remotamente. Relatos de situações cotidianas, envolvendo família, relacionamentos e trabalho foram relembrados pelas participantes, que compartilharam experiências e sugestões de como lidar com isso.
Antes do encerramento do evento, Fabi ressaltou a importância de as mulheres se reconectarem com sua a própria essência e de pedir auxílio sempre que necessário: “Em todo momento de instabilidade emocional, pare, respire, olhe para dentro e peça ajuda. É importante falar disso, pois não estamos sozinhas”.
Os dois dias de atividades foram transmitidos ao vivo pela TV Câmara e ficarão disponíveis para serem assistidos, na íntegra, pelo Facebook e YouTube.
“(Re)Conecte-se: Transformando Vidas e Trabalho!” – próximo evento
A programação da “Campanha Municipal de Combate e Conscientização a Síndrome de Burnout” será encerrada no sábado (19), às 8h30, no Centro de Referência da Mulher, quando será realizada a oficina prática “Recuperação e bem-estar”.
| IDNews®| Brasil |Beto Fortunato |Via Assessoria de Imprensa | CMA