Milhares participaram em Paris numa marcha contra a islamofobia
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Milhares participaram em Paris numa marcha contra a islamofobia
| IDNews |Via Notícias ao Minuto |Brasil|
Cerca de 13.500 pessoas participaram na marcha segundo uma contagem realizada pela empresa Occurence
IDN/Internacional
Milhares de pessoas participaram hoje em Paris numa polêmica marcha contra a islamofobia, que dividiu a classe política, especialmente a esquerda, e provocou fortes críticas do Governo francês e da extrema-direita.
Cerca de 13.500 pessoas participaram na marcha segundo uma contagem realizada pela empresa Occurence para vários ‘media’ no âmbito da manifestação, que foi promovida por várias personalidades e organizações, como o Coletivo contra a Islamofobia na França.
A convocação para o protesto foi lançada em 01 de novembro no diário Libération, quatro dias após o ataque a uma mesquita em Bayonne (sudoeste) e o protesto ganhou força num contexto de debates sobre o véu islâmico.
Os manifestantes quiseram passar a mensagem de que há uma “crescente estigmatização” dos muçulmanos, que são vítimas de “discriminação” e de “agressão”.
“Queremos ser ouvidos, defender uma sociedade mista e viver juntos, para não sermos afastados da sociedade”, disse à AFP Asmae Eumosid, uma mulher de 29 anos, com véu, e residente nos subúrbios de Paris.
Em Marselha, no sudeste de França, algumas centenas de pessoas – famílias muçulmanas, mas também sindicalistas e ativistas de esquerda — uniram-se hoje à tarde sob o lema “a islamofobia mata” e a multidão cantou “somos todos filhos da República”.
Claudine Rodinson, uma aposentada de 76 anos que participou com vários ativistas do Partido da Luta dos Trabalhadores, da extrema-esquerda, disse não entender os que “perderam a dignidade” à esquerda.
“Existe uma propaganda escandalosa contra os muçulmanos, uma amálgama entre terrorismo e o Islão”, defendeu Claudine Rodinson.
Desde o apelo à manifestação, a classe política dividiu-se sobre o tema.
A própria noção de “islamofobia”, bem como a identidade de certos signatários do protesto, levaram alguns partidos da esquerda, incluindo o Partido Socialista, a não se associarem à manifestação.
O PS anunciou que irá promover uma futura manifestação contra o racismo.
Na manifestação em Paris, vários representantes eleitos da esquerda radical estavam presentes ao lado do seu líder e antigo candidato presidencial Jean-Luc Mélenchon.
Também na rua, Ian Brossat, porta-voz do Partido Comunista, disse acreditar que “existe um clima de ódio contra os muçulmanos”.
Vários membros do Governo criticaram a iniciativa, descrita como “insuportável”, “clientelista e comunitária” pelo secretário de Estado da Juventude, Gabriel Attal.
Evocando “ambiguidades”, Elisabeth Borne, ministra da Transição Ecológica e Solidária, disse que a marcha contribui para colocar as pessoas “umas contra as outras”.