Mulher tem prótese peniana paga pelo plano de saúde dos Correios
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Mulher tem prótese peniana paga pelo plano de saúde dos Correios
Funcionária vai ao hospital com enxaqueca e tem prótese peniana e tala ortopédica descontadas em contracheque como material utilizado no tratamento
O antigo plano de saúde do Correios, chamado Correios Saúde, foi alvo de denúncias de superfaturamentos e desvios que ultrapassam R$ 21 milhões, de acordo com cálculos da Polícia Federal (PF) e foi extinto em 2014. Segundo o jornal Extra, como forma de controlar e fiscalizar mais os procedimentos, a estatal lançou o Postal Saúde, porém não é o que parece ocorrer. Em inquérito da PF, o Núcleo de Repressão a Crimes Postais reúne documentos que mostram os gastos excessivos do dinheiro público, uma vez que um deles se refere a serviços pagos pelo novo plano de saúde, de uma prótese peniana para o tratamento de uma mulher.
De acordo com as investigações, a funcionária dos Correios foi a emergência do Hospital Israelita Albert Sabin, na Tijuca, Rio de Janeiro, reclamando de enxaqueca. Na lista do material que teria sido utilizado como tratamento, aparecem itens como uma prótese peniana, Dostinex, medicamento para “secar” o leite em mulheres que amamentam, além de uma tala sintética, usada para imobilização ortopédica. A funcionária, que teve os itens descontados em seu contracheque, denunciou a irregularidade ao setor de saúde do Correios.
As discrepâncias em relação aos preços praticados em licitações públicas são tantas que pode-se notar pelo valor da prótese peniana semi-rígida maleável. O valor cobrado de R$ 47,50 está bem abaixo dos praticados nas licitações: entre R$ 1.269 e R$ 3.500. “Esse documento mostra o descontrole e as falhas nos processos de auditoria. Passa qualquer coisa”, declara uma fonte que teve acesso ao inquérito policial.
Omar de Assis Moreira, o ex-diretor regional do Correios no RJ, foi denunciado pelo Ministério Público por envolvimento em fraudes no plano de saúde e foi demitido do serviço público.
Foi contratada a empresa paulista Benner, em 2014, para gerenciar o Postal Saúde. Segundo o contrato firmado, a Benner poderia terceirizar alguns serviços, como a central de atendimento telefônico. Para as auditorias nas unidades de saúde, chegem de prontuários médicos e atendimentos prestados em hospitais do RJ, foi contratada uma empresa com sede em Brasília, a Audicare.
Marcelo Murilo Silva e Luiz Fernando Figueiredo, sócios do grupo Benner, prestaram esclarecimentos à PF, no Rio, no dia 12 de novembro de 2015. Mas ao ser procurada pelo EXTRA, a assessoria de imprensa do grupo afirmou inicialmente que a empresa não tinha conhecimento da investigação e, portanto, nada havia a ser dito no momento.
Pouco tempo depois, a mesma assessoria enviou uma nota: “A Benner desconhecia qualquer reclamação ou denuncia com relação a citação da jornalista. (…) Não houve qualquer fraude por parte do hospital e também não existiu erro de análise por parte da Benner. A citada prótese peniana devia-se na realidade a uma cobrança de um cateter, e o valor pago foi o exatamente o devido (R$ 47), seguindo a tabela acordada com o prestador. A princípio, acreditamos ter existido uma troca de codificação, apenas isso”.
A direção do Hospital Israelita Albert Sabin, declarou que “jamais emitiu fatura ou recebeu por uma prótese peniana dessa paciente”. Ainda de acordo com a sua assessoria, disse que ainda não recebeu o pagamento pelo atendimento prestado à paciente.
“houve um erro de leitura de transmissão do arquivo XML, o que ocasionou erro de nomenclatura do produto”, respondeu o Postal Saúde, no caso, a prótese peniana. Porém não esclareceu se aconteceu o mesmo com a tala para imobilização ortopédica e com o remédio Dostinex.