‘Não dá para fazer piada com a Covid’, diz Leandro Hassum, mas ‘com o confinamento, dá’
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‘Não dá para fazer piada com a Covid’, diz Leandro Hassum, mas ‘com o confinamento, dá’
| IDNews® | Folhapress | Via Notícias ao Minuto |Brasil
O ano fatídico que ainda estamos vivendo serviu de inspiração para seu novo programa no canal pago TNT
ÏDN – TV – FAMOSOS
Como a toda população do planeta, a pandemia também afetou o cotidiano de Leandro Hassum. Com shows marcados por todo o Brasil e uma segunda temporada de seu talk show “Tá Pago” confirmada, o comediante precisou mudar seus planos. “Só que eu não posso me queixar”, conta Hassum, por telefone. “Trabalhei muito em 2020.”
O formato da nova atração é simples, e lembra o de uma apresentação de stand-up. Em pé, diante das câmeras, Hassum passa em revista alguns dos fatos mais marcantes do ano – com ênfase nas agruras da quarentena e sem muito destaque para a política.
“Eu não sei fazer humor político, nem gosto”, acrescenta ele. “Quero divertir as pessoas. Já existe tanto telejornal… Mas claro que não dá para fazer piada com a Covid-19. Por isso, a gente focou nas situações engraçadas que o confinamento provocou, como as gafes nas videoconferências e a dificuldade em segurar os mais velhos em casa.”
“Nós não debochamos do governo. Isso não quer dizer que eu seja ‘isentão’. Mas eu prefiro fazer como o Chico Anysio. Lembra do personagem Justo Veríssimo? Ele era um político corrupto, mas ninguém sabia se ele era de direita ou de esquerda. Mesmo assim, um pouco de política entrou no programa. Nós falamos da ema que bicou Bolsonaro, dos remédios milagrosos, do uso das máscaras.”
A segunda temporada de “Tá Pago” já estava sendo produzida, mas o formato do programa – uma animada conversa entre Hassum e três convidados ao redor de uma mesa de restaurante – era inviável de ser reproduzido remotamente. Foi preciso, então, criar algo novo a toque de caixa.
“2000 e Vishhh” começou a ser desenvolvido no começo de setembro, e os quatro episódios já estavam todos gravados no final de outubro. Em paralelo, o humorista fez shows em drive-ins em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, Salvador e Curitiba.
“Já tinha me apresentado em drive-ins nos Estados Unidos. Quando a quarentena fechou os teatros, discuti com meu empresário a possibilidade de abrirmos nosso próprio drive-in no Brasil. Desistimos, porque a papelada é enorme, mas depois vimos que muita gente estava viabilizando esse espetáculo. E eu que pensei que tinha sido um gênio, o único a pensar nessa possibilidade…”, ri ele.
“Preciso do palco, nem que tenha só dez pessoas na plateia. Mas fazer show para carro é outra coisa. O pessoal buzina, mas não dá para ouvir as risadas nem os aplausos. Por isso, eu preferi não arriscar. Fiz um ‘coladão’ das piadas que mais funcionam nos meus shows, porque eu já sei o tempo de reação do público, e não pretendia estrear piadas novas. Mas elas surgiram sozinhas, porque só o fato de você estar num drive-in já rende mil situações engraçadas.”
Hassum tem vários outros projetos engatilhados. No dia 3 de dezembro, estreia na Netflix seu filme “Tudo Bem no Natal que Vem”, rodado em 2019. Para o começo de 2021, estão previstos um novo show, um espetáculo para crianças e, finalmente, as gravações da segunda temporada de “Tá Pago”.
O comediante prefere dar detalhes de seus próximos trabalhos do que falar de Marcius Melhem, com quem criou e estrelou a série “Os Caras de Pau”, exibida entre 2006 e 2013, e que ainda gerou um longa-metragem lançado em 2014.
Perguntado sobre sua relação com o ex-diretor do departamento de humorismo da Globo, demitido da emissora após ser acusado de assédio moral e sexual por um grupo de atrizes, Leandro Hassum desconversa: “desculpa, mas eu não toco nesse assunto”.