NEAB da Uniara é um dos apoiadores de livro sobre a escravização araraquarense
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Obra será lançada no dia 24, a partir das 18h30, no SESC
CULTURA – Escravização Araraquarense
Foto: assessoria de imprensa Uniara
Com o apoio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros – NEAB da Universidade de Araraquara – Uniara, da Academia Araraquarense de Letras, do Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa em Extensão – NUPE, do Sesc, da Comissão de Combate à Discriminação Racial da OAB e da Frente Parlamentar Antirracista da Câmara Municipal de Araraquara, o livro “A história comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense”, desenvolvido por meio de uma parceria entre a Prefeitura Municipal, por meio do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 5ª Subseção Araraquara, será lançado no dia 24 de março, a partir das 18h30, no SESC (rua Castro Alves, 1315, no Quitandinha).
O coordenador do NEAB e um dos organizadores da obra, Edmundo Alves de Oliveira, explica que a publicação aborda as escrituras de registro de compra e venda de escravizados. “Na época, eles eram registrados com matrícula, como uma casa, uma propriedade, o que é um absurdo. Conseguimos trazer esses documentos e, agora, vamos torná-los públicos. Como coordenador do NEAB, considero isso um marco histórico e algo inédito na história brasileira. Araraquara sai na frente com essa obra. Para mim, isso é importantíssimo, uma conquista do Núcleo, com a parceria da OAB, da Academia Araraquarense de Letras e da coordenadora de Políticas Étnico-Raciais da Prefeitura Municipal, Alessandra Laurindo”, destaca.
De acordo com Edmundo, “foi um esforço da OAB, que começou com a Comissão da Verdade em Araraquara, que se reunia no NEAB”. “A comissão já existia antes, tem âmbito nacional, foi provocada pela OAB, e nós a incorporamos, abrimos espaço, e o trabalho do presidente da OAB Araraquara, Felipe José Maurício de Oliveira, foi fantástico porque ele conseguiu ter acesso a esses documentos e ter uma ordem judicial que nos permite publicizar, dar acesso a todas as pessoas que têm interesse. Por isso, o livro é a grande expressão de dar acesso a essas pessoas para estudarem e analisarem essas escrituras. Fizemos alguns prefácios e algumas análises para, de certa forma, explicarmos e darmos sentido a todos esses documentos”, diz.
Para o presidente da Academia Araraquarense de Letras e chefe do Departamento de Ciências Jurídicas da Uniara, Fernando Passos, “é um momento histórico de Araraquara, sendo que colocamos à disposição das comunidades nacional e internacional, as escrituras da escravidão”. “Elas, hoje, nos causam consternação por vermos como um ser humano igual a todos nós pôde ser tratado daquela forma, como coisa. É algo histórico, que não temos que apagar, mas evidenciar, e é esse o sentido dessa obra, em homenagem a esses, que foram escravizados e ajudaram a construir também a nossa cidade de Araraquara”, declara.
Felipe, por sua vez, reforça que se trata de “um trabalho conjunto de vários órgãos da cidade, que compilou, por meio de um requerimento feito pela OAB, que foi deferido, o acesso a todos os livros do período da escravidão na região de Araraquara”. “É um material muito raro, sendo que esses livros foram queimados no final dos anos 1800, e Araraquara foi um dos poucos pontos de resistência que os guardou. Ainda assim, levamos cerca de seis a sete anos para conseguirmos extrair por completo esse material do Tabelião, graças à autorização do juiz corregedor”, relata o presidente da OAB do município.
Ele acrescenta que também foi autorizada a publicidade dos documentos “e, com base nessas duas decisões, unimos forças com vários órgãos da cidade – a OAB, a Uniara, a Prefeitura, o Centro Afro, a Associação Araraquarense de Letras – e conseguimos compilar essa obra, que será lançada no dia 24, com a participação e prefácio de várias autoridades, historiadores e pessoas do movimento antirracista”. “Será um trabalho de fonte primária, para que as pessoas possam estudar como foi a escravidão na região de Araraquara. Acredito que, desse trabalho, muitos outros estudos surgirão e acredito também que, como disponibilizamos o modelo de ofício que utilizamos para extrairmos o material, outras cidades venham a fazer eclodir esse material de seus cartórios”, finaliza.
O evento de lançamento do livro “A história comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense” será gratuito. Os interessados deverão retirar o ingresso na bilheteria do SESC com uma hora de antecedência, sendo um ingresso por pessoa. O evento será transmitido pelo canal do YouTube da Prefeitura Municipal.
O NEAB da Uniara é aberto à comunidade acadêmica e a quem mais tenha interesse no tema. Mais informações sobre o Núcleo podem ser obtidas no endereço (16) 3301-7173.
| IDNews® | Beto Fortunato | Via Assessoria de Imprensa Uniara|