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O herói ainda vive no futebol 


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O herói ainda vive no futebol
   Cássio pegou tudo – até pensamento – e foi decisivo na vitória corintiana, em Itaquera. Já o técnico Diego Aguirre é o herói são-paulino, que encosta

7:59|FUTEBOL/CORINTHIANS |2018JUL19| 

Foi um dos jogos mais espetaculares que eu vi um goleiro fazer. Cássio pegou tudo, foi o herói do Timão. Chute de perto, meia distância, de longe. O arqueiro corintiano se esticou e buscou. A mais impressionante aconteceu depois de finalização de Kieza. Cássio levou todo seu corpo – até o último milímetro – para impedir o gol botafoguense. E conseguiu. Depois, no rebote, defendeu com o pé. Simplesmente maravilhoso.

Cássio é o melhor goleiro brasileiro em atividade.  É melhor do que Grohe, Vanderlei, Diego Alves, Ederson. E é melhor que Alisson. Muito, aliás. Alisson é bom profissional, mas talvez seja supervalorizado. Cássio não é tão bonito, nem tão jovem e nem tão idolatrado pela mídia. Mas é infinitamente melhor do que o bom titular da seleção. Era para ser dele a camisa durante a Copa do Mundo. Alisson não foi o vilão. Passou longe de ser o herói, no entanto.

Cássio cansou de ser herói no Corinthians. Foi herói na Libertadores, quando tirou – com o resto de dedo – o chute no canto de Diego Souza. Foi herói no Mundial, quando impediu o Chelsea em tantos arremates. Foi herói em vários Paulistas. Em dois Brasileiros. É ídolo da fiel torcida. Relaxou durante um tempo, com Tite como técnico. Voltou aos trilhos. Os trilhos que ele ajudou o Corinthians a encontrar.

Aguirre – definitivamente – colocou o São Paulo no caminho certo. O Tricolor derrotou o ótimo Flamengo, no Maracanã, com gol de Éverton. Lei do ex, por sinal. Éverton era do Flamengo e foi indicado pelo uruguaio. Marcou, de cabeça, diante do antigo clube. E comemorou timidamente. Sidão deu sustos, mas fez boa partida. Tivemos dribles desconcertantes, passes cirúrgicos e bolas na trave. Sustos de ambos os lados. Jogo movimentado e cheio de emoções. Interessante tecnicamente.

A Copa do Mundo terminou e eu esperava queda absoluta na qualidade do jogo. Esperava tropeções, furadas, gols perdidos. Esperava vaias, passes errados e retrancas. Mas o que vi nessa quarta, meus caros, me surpreendeu. Vi Cássio sendo herói. E vi Aguirre ajeitar o Morumbi.  O herói – o grande personagem do espetáculo – vive. E o futebol respira. No Brasil, inclusive. A bola ainda fala português.

Fonte: Esporte – iG

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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