“O meu dever”: jornalista que perdeu família em Gaza volta ao trabalho
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O jornalista da Al Jazeera perdeu a mulher, o filho, a filha e o neto.
Wael al-Dahdouh, o jornalista da Al Jazeera que perdeu a família durante um ataque israelita a Gaza, na última terça-feira, já voltou a trabalhar por considerar ser esse o seu “dever, apesar da dor e da ferida aberta”.
O correspondente da Al Jazeera em Gaza estava trabalhando no bairro de Yarmouk quando soube que um ataque de Israel tinha atingido a área onde a família estava abrigada, em Nuseirat, no centro do enclave. A mulher, o filho, a filha e o neto morreram.
“Senti que era o meu dever, apesar da dor e da ferida aberta, voltar para a frente da câmara e comunicar convosco através das redes sociais o mais rapidamente possível”, explicou, citado pelo jornal The Guardian.
“Como podem ver, os disparos continuam por todo o lado. Há ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia, e as coisas continuam a evoluir”, acrescentou.
🇵🇸🇮🇱 Despite the fact that Al Jazeera reporter Wael Al-Dahdouh’s WHOLE FAMILY was murdered by an Israeli air strike — he is continuing to report on the TRUTH of ISRAELI TERRORISM.
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pic.twitter.com/le9JcoN6p8— Jackson Hinkle 🇺🇸 (@jacksonhinklle) October 26, 2023
Já em declarações à Al Jazeera, no dia do ataque, Wael Dahdouh explicou que a família foi atacada no sul da Faixa de Gaza, para onde viajaram após a ordem de Israel para evacuar o norte do enclave.
“O que aconteceu está claro; faz parte do contínuo ataque às mulheres e crianças em Gaza. Eu estava apenas a informando sobre os ataques israelitas que atingiram a área de Nuseirat”, disse.
“Sabíamos que a ocupação israelita não nos deixaria sem punir-nos. Eles estão vingando-se das crianças. Mas as nossas lágrimas são humanas, não por covardia”, acrescentou.
As forças israelitas intensificaram esta madrugada as operações terrestres na Faixa de Gaza em paralelo com os bombardeamentos do enclave que se prolongam desde 7 de outubro, após o ataque do movimento islamita Hamas ao sul de Israel, e avisaram que consideram Gaza com “campo de batalha”, recomendando aos civis que abandonem o território.
Desde o início do conflito, foram contabilizados mais de 7.300 mortos e cerca de 19.000 feridos na Faixa de Gaza, a grande maioria civis, dos quais mais de 3.000 são crianças.
| IDNews® |Beto Fortunato | NMBR |Brasil|