Odebrecht; empresários peruanos são presos por esquema de corrupção
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Odebrecht; empresários peruanos são presos por esquema de corrupção
Presidente Alejandro Toledo teria recebido 20 milhões de dólares para construir dois trechos da estrada que liga o Peru ao Brasil
04DEZ2017| 10:21 - Lusa/Corrupção - Foto: © Internet
Quatro dirigentes de grandes empresas da área de construção civil do Peru associadas ao grupo Odebrecht foram detidos nesta segunda-feira (4) sob suspeita de subornar o ex-Presidente Alejandro Toledo para obter contratos governamentais.
O juiz Richard Concepcion Carhuanco ordenou a detenção destes quatro empresários por causa do “risco de fuga e obstrução da Justiça”.
Os quatro acusados de lavagem de dinheiro são o ex-presidente do grupo Graña y Montero, José Alejandro Graña Miró Quesada; o ex-diretor da mesma empresa, Hernando Alejandro Graña Acuña; o presidente do grupo JJ Camet, Fernando Gonzalo Camet; e o diretor-gerente do grupo ICCGSA, José Fernando Castillo Dibós.
Um quinto acusado, Gonzalo Ferraro Rey, ex-presidente executivo da Graña y Montero, que sofre de câncer, está no hospital e deve cumprir prisão domiciliar.
De acordo com o Ministério Público peruano, estas três grandes empresas associadas à Odebrecht pagaram ao presidente Alejandro Toledo 20 milhões de dólares para construir dois trechos da estrada transoceânica que liga o Peru ao Brasil.
O ex-representante do Odebrecht no Peru Jorge Barata admitiu o pagamento do suborno num acordo de colaboração com o Ministério Público.
O escândalo de corrupção da Odebrecht estende-se a vários outros países da América Latina, como o Equador, o México, o Panamá e a Venezuela.
No ano passado, a Odebrecht concordou em pagar uma multa recorde de 3,5 bilhões de dólares para as autoridades brasileiras, suíças e norte-americanas, depois de ter admitido o pagamento de um total de cerca de 788 milhões de dólares em suborno para altos funcionários e partidos políticos de vários países para garantir contratos.
No Peru, o ex-Presidente Ollanta Humala e a sua esposa estão detidos por causa deste escândalo, bem como vários ex-altos funcionários.
A ex-prefeita de Lima Susana Villaran foi proibida de sair do país, enquanto o ex-Presidente Alejandro Toledo, que mora nos Estados Unidos, tem pendente um pedido de extradição.
De acordo com o Governo peruano, o escândalo Odebrecht, que ao ser revelado motivou a paralisação de vários projetos de infraestrutura, deverá custar à economia do país entre meio ponto e um ponto percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017. Com informações da Lusa.