Padre belga é investigado por abuso de crianças no Ceará
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Padre belga é investigado por abuso de crianças no Ceará
Ao menos três jovens confirmaram crimes sexuais cometidos pelo religioso no país europeu, que também investiga o caso
O Ministério Público Federal do Ceará e a justiça da Bélgica estão investigando o padre belga acusado de abusar sexualmente de crianças e adolescentes.
Segundo o iG, os crimes teriam ocorrido tanto no país natal do religioso quanto no Ceará, estado onde o padre estaria vivendo atualmente.
Na última sexta-feira (8), autoridades brasileiras estiveram na casa do suspeito no interior do Ceará para cumprir mandados de busca e apreensão. A publicação refere que foram apreendidos documentos e o computador do padre.
O religioso manteve, entre os anos de 2003 e 2013, um abrigo informal para meninos (crianças e adolescentes) na cidade de Caucaia (CE). A procuradora Livia Maria de Sousa, que acompanha o caso, disse que ainda não houve a confirmação de que os crimes investigados na Europa se repetiram no Brasil.
“Localizamos as crianças que moraram nesse abrigo, mas é complicado para as vítimas narrarem esse tipo de violência. Muitas vezes elas não aceitam o que aconteceu e, mesmo quando aceitam, muitas não querem que isso venha a público. Então nenhuma vítima narrou detalhes”, explica Livia.
Ainda segundo o iG, as investigações começaram na Bélgica durante uma operação que apurava diversos membros da igreja por crimes sexuais. Ao menos três jovens teriam confirmado abusos desse padre, que se mudou para o Ceará em 2003.
O Tribunal de Primeira Instância de Bruxelas solicitou, em 2014, a cooperação das autoridades brasileiras para que o MPF coordenasse a apreensão de documentos, além de colher depoimentos do religioso, hoje com 77 anos de idade.
O Ministério Público Federal e autoridades belgas ouviram o padre em novembro do ano passado. Na ocasião, o suspeito alegou que os fatos ocorridos na Bélgica não eram relevantes para a investigação em curso no Brasil e negou ter cometido crimes em seu abrigo.
“Os supostos crimes cometidos são puníveis tanto aqui no Brasil quanto na Bélgica, então a denúncia poderá ser oferecida tanto pelo Ministério Público Estadual quanto pelas autoridades europeias. Em caso de condenação, haverá a discussão política a respeito da extradição do religioso”, esclarece a procuradora.
A reportagem cita que o resultado da perícia dos documentos – que revelam a doação de imóveis a testemunhas do caso – e do computador apreendidos na semana passada deve sair em até 30 dias.
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