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Palmeiras beira R$ 150 milhões arrecadados com vendas em 2018


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Palmeiras beira R$ 150 milhões arrecadados com vendas em 2018
   Com ida de Róger Guedes para futebol chinês, Verdão registra sete saídas na atual temporada

A venda de Róger Guedes para o Shandong Luneng, da China, fez o Palmeiras aumentar para cerca de R$ 148 milhões sua arrecadação em transferências neste ano. A saída do atacante, que estava emprestado ao Atlético-MG, foi a sexta venda registrada pelo Verdão em 2018.

A negociação de Guedes com o Shandong foi confirmada na última quinta-feira, no total de 9,5 milhões de euros (cerca de R$ 43 milhões) – o Palmeiras receberá R$ 19,4 milhões. As conversas com os chineses foram iniciadas na quarta-feira, após o clube bater o pé e rejeitar a oferta de 15 milhões de euros por Dudu.

Antes, o clube já havia vendido Keno para o Pyramids, do Egito, por US$ 10 milhões (R$ 37 milhões na época) e Tchê Tchê para o Dínamo Kiev, da Ucrânia, por 4,8 milhões de euros (R$ 20 milhões). Nas duas transferências, o Verdão era dono de 100% dos direitos econômico dos atletas.

Formados nas categorias de base palmeirense, Daniel Fuzato (para a Roma), Fernando (Shakhtar Donetsk) e João Pedro (Porto) foram outros jogadores negociados recentemente pelo Verdão.

O diretor Alexandre Mattos e o presidente Mauricio Galiotte comandam as negociações

Na ida do goleiro para o futebol italiano, o Palmeiras acertou antecipar a saída do atleta de 21 anos antes do fim do vínculo por 500 mil euros (R$ 2,2 milhões). O atacante de 19 anos acertou com o clube ucraniano por 5,5 milhões de euros – o Verdão lucrou R$ 21,6 milhões por ter 90% dos direitos econômicos.

No caso da ida do lateral para o clube português, a negociação foi fechada em 4 milhões de euros, sendo que R$ 9,2 milhões ficaram com o Verdão, que era dono de 50% dos direitos econômicos do jogador de 21 anos.

No início da temporada, o Palmeiras já havia vendido o colombiano Yerry Mina para o Barcelona por 12,75 milhões de euros. O clube recebeu R$ 38,7 milhões pela transferência do zagueiro em janeiro, na cotação da época.

Mais dinheiro mais que o planejado

O Palmeiras tem usado o poder de negociação do diretor de futebol Alexandre Mattos para arrecadar mais que o esperado nos últimos anos. Foi assim, por exemplo, nas saídas de Leandro Pereira, Gabriel Jesus, Yerry Mina e agora Róger Guedes, quando o clube alviverde recebeu além do que havia estabelecido em contrato.

Em agosto de 2015, o Verdão acertou a venda de Leandro Pereira para o Club Brugge, da Bélgica, por R$ 14,2 milhões. Mesmo com 50% dos direitos econômicos do atleta na época, o clube recebeu R$ 10,5 milhões pela sua parte na negociação.

Tal modelo foi repetido na saída de Gabriel Jesus para o Manchester City, da Inglaterra, em 2016, por R$ 121,1 milhões. O Verdão tinha 30% dos direitos econômicos do atacante, mas negociou sua parte e, depois de fazer acordo com um dos ex-empresários do atleta, ficou com cerca de R$ 68 milhões, valor superior além dos R$ 36,3 milhões estabelecidos inicialmente em contrato.

Na saída de Mina para o Barcelona, o clube era dono de 80% dos direitos econômicos do colombiano e ficou com R$ 38,7 milhões dos R$ 48 milhões. O zagueiro tinha chegado ao Palmeiras com opção de compra estabelecida para o clube espanhol, mas por 9 milhões de euros depois da Copa da Rússia – a transferência foi fechada em 12,39 milhões de euros.

A saída de Guedes para o Shandong Luneng foi fechada em R$ 43 milhões, e o Palmeiras, dono de 25% dos direitos econômicos, acabou recebendo R$ 19,4 milhões, mais de R$ 8 milhões que o previsto.

Rumo à China, Róger Guedes estava emprestadoao Atlético-MG (Foto: Bruno Cantini)

Investimentos em reforços?

Preocupados com o equilíbrio financeiro do Palmeiras, o presidente Maurício Galiotte e o diretor Alexandre Mattos já afirmaram que o clube não vai fazer loucuras na procura por peças de reposição para o atual elenco.

Com dívidas trabalhistas e cíveis de gestões passadas – o clube pagou R$ 23 milhões desde janeiro de 2017 e pode ser obrigado a desembolsar até R$ 80 milhões até o fim do ano –, o Verdão mantém postura de cautela no mercado.

Nomes como os do zagueiro Miranda e do atacante Bernard, por exemplo, interessam aos palmeirenses, mas foram descartados depois de uma procura inicial. A tendência é que o clube procure opções por empréstimo nos mesmos moldes da negociação do zagueiro argentino Nico Freire.

Cofre poderia estar mais cheio

A ideia inicial do Shandong era contar com Dudu, tanto que chegou a fazer ao Palmeiras uma proposta de 15 milhões de euros pelo atacante. O Verdão, porém, rejeitou as duas propostas e manteve o seu camisa 7 no elenco. Ou seja, seriam mais R$ 67 milhões para os cofres do clube.

Na visão da diretoria, Dudu é peça-chave para o planejamento da equipe em 2018, tanto que em março renovou seu contrato com o clube até o fim de 2022. Uma saída do atleta neste momento causaria, de acordo com avaliação interna, um desequilíbrio técnico no elenco de Roger Machado.

A negociação por Róger Guedes, então, foi uma saída palmeirense para lucrar com a procura chinesa e também enfraquecer um rival direto no Campeonato Brasileiro – o atacante sai como artilheiro do torneio pelo Atlético-MG, com nove gols.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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