Palmeiras quer se livrar de Rony, mas alto salário e desejo do atacante são obstáculos
O desejo do Palmeiras é negociar em definitivo Rony, que foi procurado por Atlético-MG e Fluminense
Ronielson da Silva Barbosa, o Rony, não tem mais o prestígio de outrora no Palmeiras. O clube faz uma pequena reformulação em seu elenco, busca um novo camisa 9 e tenta se livrar do atacante de 29 anos. O problema é que o jogador tem um salário altíssimo – de R$ 1 milhão – e todas as equipes que sondaram ou fizeram contatos procurando entender a situação do atleta não podem nem querem bancar esses vencimentos.
O desejo do Palmeiras é negociar em definitivo Rony, que foi procurado por Atlético-MG e Fluminense, mais recentemente, além do Santos. O clube topa um empréstimo sem pagar parte do salário ou envolvê-lo numa eventual troca. A diretoria até tentou colocá-lo na negociação por Paulinho, comprado por R$ 118 milhões. No entanto, o atacante não quis ir para Belo Horizonte. Para ter um desfecho positivo, o time paulista envolveu Gabriel Menino no acordo.
O Atlético voltou a conversar com o Palmeiras e com o empresário de Rony na semana passada porque deseja um ponta com as características do jogador, embora ele não atue pelos lados desde 2022, quando virou centroavante nas mãos de Abel Ferreira, apesar de ter 1,66m.
Negociar Rony, livrando-se de um de seus altos custos, é umas das prioridades do Palmeiras nesta janela, uma grande novidade, já que o atleta sempre foi valorizado por Abel Ferreira, que bancou sua escalação no lugar de jovens mais talentosos, como Endrick, por exemplo, em várias situações. Sem o destino definido, o atleta e todos os outros jogadores se reapresentaram nesta segunda na Academia de Futebol. Seu contrato termina apenas no fim de 2026.
DE ARTILHEIRO DA LIBERTADORES A CONTESTADO
Rony foi importante para o Palmeiras e se valorizou com gols, assistências e títulos, ganhando renovações e seguidos aumentos de salário. São 11 taças desde 2020, quando chegou. Ele demorou a deslanchar com seu primeiro técnico no clube, Vanderlei Luxemburgo, e encontrou o bom futebol mesmo com Abel Ferreira, que anos depois lhe transformou em centroavante.
O paraense de Magalhães Barata se destacou principalmente nas Libertadores de 2020 e 2021, as duas últimas que a equipe alviverde conquistou. Nenhum palmeirense fez mais gols que ele na história do torneio do qual o time é tricampeão – são 23 gols.
A temporada de 2022 também foi positiva para o atacante, que atingiu seu auge e terminou aquele ano como o mais goleador de sua carreira: 23 gols em 63 partidas e elogios à beça do seu treinador. “Jogador que qualquer técnico quer ter na equipe”, dissera o português. Na avaliação de Abel, que sempre minimizava em público as debilidades técnicas de Rony com a bola e a imprecisão nas finalizações, o jogador era imprescindível ao Palmeiras porque dava tudo de si em campo.
As críticas surgiram com força em 2023, quando o atacante deixou de ser imprescindível e passou a frequentar o banco de reservas em algumas ocasiões. Foram muitos gols perdidos lamentados e criticados pelos torcedores a partir da metade do ano. Antes disso, no primeiro semestre, ele comemorou duas convocações para a seleção brasileira.
Mas o atleta continuou valorizado por Abel, ainda que não fosse titular. Prova do prestígio é que Rony, sempre que esteve disponível, isto é, não lesionado nem suspenso, foi escalado em 177 jogos seguidos de janeiro de 2022 a outubro de 2024. A sequência foi interrompida na vitória por 5 a 3 sobre o Juventude, em duelo do Brasileirão do ano passado.
O ano passado, aliás, foi o pior do atacante pelo Palmeiras. Foram 10 gols em 63 partidas do atleta, que terminou a temporada amargando jejum de mais de três meses sem ir às redes. A última vez que comemorou um tento foi no fim de agosto.
Rony está no Palmeiras desde 2020, ano em que o Palmeiras desembolsou R$ 28 milhões por 50% dos direitos do jogador. Em cinco temporadas, marcou 70 gols em 283 partidas.
| IDNews®| Beto Fortunato | Via NBR | Estadão Conteúdo|