Esportes

Palmeiras se torna único clube na Série A sem acordo com empresa de apostas


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A quantidade de empresas ocupando o patrocínio máster (principal) também aumentou de forma significativa

O número de clubes da Série A do Campeonato Brasileiro que são patrocinados por companhias do ramo de apostas é de quase 100%. O único que não tem nenhum acordo neste momento é o Palmeiras, que não renovou contrato para este ano com a Dafabet. O acerto mais recente aconteceu entre Cuiabá e Luck Sports, que vai estampar sua marca no calção da equipe mato-grossense.

A quantidade de empresas ocupando o patrocínio máster (principal) também aumentou de forma significativa. No Brasileirão são cinco clubes, incluindo o Atlético-MG, atual campeão do torneio. Além da equipe mineira, Atlético-GO, América-MG, Avaí e Botafogo expõem marcas de betting no espaço nobre do uniforme.

Para Bruno Maia, especialista em inovação e novos negócios na indústria do esporte, as empresas buscam o futebol para atingir as novas gerações, que se relacionam com o esporte por meio do entretenimento. “O entretenimento está inserido em todas as áreas, e no esporte não seria diferente. Existe uma geração que se relaciona com o futebol por meio de games e que lida intensamente com o consumo de dados. Os patrocínios de sites de apostas cresceram de forma significativa durante a pandemia, e é uma realidade sem volta”, afirmou o profissional, que publicou o livro Inovação é o Novo Marketing sobre o tema.

No Brasil, um dos primeiros clubes a realizar acordos com empresas de beting foi o Fortaleza. De acordo com o presidente do clube, Marcelo Paz, as parcerias com as casas vão além da exposição tradicional e precisam causar impacto na torcida.”Esse tipo de patrocínio é importante para os cofres do clube, mas é preciso explorar as plataformas digitais. Interagir e engajar junto aos torcedores é fundamental nesse modelo de negócio”.

Jorge Avancini, vice-presidente de marketing do Internacional, que exibe a marca Betsul na parte de trás do calção, concorda com Marcelo Paz. “São parcerias com via de mão dupla, Além das ativações com a torcida, os clubes também recebem um porcentual dessas apostas. É um mercado que trouxe muitas novidades ao futebol brasileiro e gerou oportunidades. A regulação da atividade no país é fundamental para que o setor seja inteiramente legalizado”, disse.Hans Scheiler, diretor de marketing da Casa de Apostas, patrocinadora máster do Bahia, explica que o acordo precisa ir além da exposição da marca. “Os clubes e as empresas de apostas são parceiros comerciais, mas vai além disso na questão das ativações. Temos uma população apaixonada pelo esporte e um mercado promissor. O Bahia, por exemplo, é um time de massa, com uma torcida que respira o dia a dia do clube. Além da exposição no uniforme, buscamos gerar experiências e estar próximos dos torcedores.”

REGULAMENTAÇÃO –

As apostas esportivas foram legalizadas no Brasil em dezembro de 2018, quando o Governo Federal sancionou a Lei 13.756/2018, autorizando o Ministério da Fazenda a desenvolver normas para o licenciamento das casas de apostas esportivas no Brasil. Contudo, a regularização da prática foi postergada e ainda não ocorreu.

De acordo com o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito desportivo, a regulamentação é necessária e aumentará ainda mais o investimento das empresas no mundo esportivo. “O crescimento expressivo no investimento em patrocínios ocorre em meio a um mercado que não possui regulamentação. Apesar de não ser irregular, já que a lei do final de 2018 permite a regulação das apostas, ainda falta um processo de concessão que caminha lentamente no Governo Federal. Com essa demora, perdem todos, porque a regularização traria geração de empregos, negócios, impostos, e atrairia operadores globais para o país. A regulamentação adequada aumentaria inclusive os valores envolvidos nos acordos entre clubes e sites de apostas”, explicou.

Atualmente, cerca de 450 sites de apostas esportivas operam no Brasil. Segundo estimativa da Fundação Getulio Vargas (FGV), o mercado poderia movimentar até R$ 10 bilhões por ano na economia do País.

Confira os times e os seus patrocinadores:

América-MG: Pixbet (máster)

Athletico: Betmotion!

Atlético-GO: Amuletobet

Atlético-MG: Betano (máster)

Avaí: Pixbet (máster)

Botafogo: EstrelaBet (máster)

Ceará: Betsul

Corinthians: Galera.bet

Coritiba: Dafabet

Cuiabá: Luck Sports

Flamengo: Pixbet

Fluminense: Betano (máster)

Fortaleza: Betsul

Goiás: Pixbet

Internacional: Betsul

Juventude: Marsbet

Red Bull Bragantino: Netbet

Santos: Dafabet

São Paulo: Sportsbet.io (máster)

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Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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