Para OMS, não é hora de baixar guarda do controle da pandemia de Covid
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O comitê reforçou que os números menores de casos e mortes por Covid-19 não significam necessariamente um “risco menor” da doença, uma vez que o vírus continua a evoluir é não é possível se dar ao luxo de ignorar essas mutações.
A Covid-19 continua sendo um grande perigo para a saúde pública e não é hora de os países baixarem a guarda na vigilância, na testagem, nas medidas sanitárias e, muito menos, na vacinação de suas populações.
O alerta veio de um comitê da OMS (Organização Mundial da Saúde) e foi divulgado na última quarta (13), em Genebra. Para a agência, a pandemia continua a afetar negativamente a saúde das populações em todo o mundo, e representa um risco contínuo de disseminação internacional.
O comitê reforçou que os números menores de casos e mortes por Covid-19 não significam necessariamente um “risco menor” da doença, uma vez que o vírus continua a evoluir é não é possível se dar ao luxo de ignorar essas mutações.
Na semana passada, houve o menor número de mortes por Covid-19 no mundo, desde os primeiros dias da pandemia. A queda nos casos de óbitos e infecções favoreceram o anúncio das novas medidas pelo governo brasileiro, divulgadas neste domingo (16).
No entanto, alguns países da Europa e da Ásia ainda enfrentam altos picos da doença, pressionando o seus hospitais. A Coreia do Sul lidera o mundo no número médio diário de novos casos, com mais de 182 mil novas infecções por dia.
Xangai vive o pior surto de Covid da China desde o início da pandemia. Países como França, Alemanha, Reino Unido e Bélgica também viram os números aumentarem.
Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, a capacidade de monitorar tendências do comportamento da pandemia está comprometida porque a testagem foi significadamente reduzida em vários países.
Testagem e sequenciamento genéticos são vitais para que novas variantes sejam rastreadas e identificadas. Atualmente, a OMS acompanha várias sub-linhagens da ômicron, incluindo a BA.2, a BA.4 e a BA.5 e outra recombinante detectada composta por BA.1 e BA.2.
No Brasil, a subvariante BA.2 já é majoritária entre os casos de Covid no Brasil, representando quase 70% das amostras analisadas, segundo dados do ITPS (Instituto Todos pela Saúde).
As últimas sublinhagens BA.4. e BA.5 foram relatadas em vários países, incluindo a África do Sul e alguns países europeus. Até agora, porém, essas mutações não se traduziram em aumento de casos e de mortes.
Mas, para o diretor der emergência da OMS, Michael Ryan, à medida que o vírus continue a evoluir, o mundo “não pode simplesmente perdê-lo de vista”
“Seria muito míope neste momento supor que números mais baixos de casos significam riscos absolutamente mais baixos. Temos o prazer de ver mortes caindo, mas esse vírus já nos surpreendeu antes, já nos pegou desprevenidos antes.”
A principal cientista da OMS, Soumiya Swaminathan, alertou que sublinhagens e novas recombinantes continuarão a aparecer, e o mundo deve continuar investindo em ferramentas aprimoradas, como novas vacinas.
“Temos que estar preparados para a possibilidade de que esse vírus possa mudar tanto que possa escapar da imunidade existente”, destacou.
Tedros também enfatizou que o coronavírus continua mortal, especialmente para os desprotegidos e não vacinados que não têm acesso a cuidados de saúde e antivirais.
Um levantamento recente da OMS mostra que 21 países não vacinaram nem 10% de suas populações
Cerca 64,8% da população mundial receberam pelo menos uma dose de uma vacina contra Covid.
“A situação está longe de terminar no que diz respeito à pandemia de Covid-19. A circulação do vírus ainda é muito ativa, a mortalidade continua alta e o vírus está evoluindo de maneira imprevisível”, afirmou.
Para especialistas, a pandemia é um fenômeno mundial, portanto não cabe a um país isoladamente decretar seu fim. Assim, os protocolos sanitários devem continua sendo respeitados por todos.
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