‘Pegadas da Minha Rua’: Projeto aproxima população de patrimônio histórico
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‘Pegadas da Minha Rua’: Projeto aproxima população de patrimônio histórico
| IDNews| Brasil | Assessoria de Imprensa | Câmara Municipal de Araraquara
Vereadora e autora da lei que visa à preservação do acervo, Juliana Damus participou da atividade
IDN/Interior/Araraquara
Foi caçando pegadas de dinossauros nas famosas calçadas jurássicas de Araraquara, na Praça da Igreja Matriz de São Bento, que um grupo de crianças e seus familiares voltaram 135 milhões de anos em apenas uma manhã de sábado (23). Esse foi o último dia de atividades do projeto “As Pegadas da Minha Rua”, desenvolvido pela Fundação Araporã em parceria com o Museu de Arqueologia e Paleontologia de Araraquara (MAPA).
Realizado de junho a novembro deste ano, o projeto consiste em um ciclo de percursos pela cidade a fim de identificar pegadas de dinossauros, mamíferos e rastros de invertebrados, datadas com aproximadamente 135 milhões de anos, presentes nas calçadas de arenito da Formação Botucatu da cidade.
O objetivo da ação é verificar junto com a população se os 576 endereços mapeados em 2008, pelo paleontólogo Heitor Francischini, com orientação do professor Marcelo Adorna Fernandes, ainda existem e qual o estado de conservação em que se encontram.
Os participantes receberam gratuitamente um kit para a realização da atividade e aprenderam como os paleontólogos trabalham, coletando dados que possibilitam identificar os animais produtores das pegadas, suas características e o contexto em que estão inseridas.
Acompanhado de seus pais, o estudante Gabriel Salgado participou do projeto, identificando diversas pegadas. “Pretendo achar outras ‘patas’ pela cidade e quero ser paleontólogo.” Elizabeth Ferreira acompanhou as netas durante a atividade. “Elas adoram dinossauros, mas não conheciam essa história. Achei muito bom e lúdico. No dia a dia, passamos por cima e não notamos algo tão palpável.”
A equipe da Fundação Araporã prevê o lançamento de um mapa atualizado com os patrimônios de Araraquara incluindo os endereços das principais pegadas. “Nós visitamos 206 endereços daqueles registrados por Heitor e identificamos que 46 não existem mais. Em janeiro, pretendemos lançar um mapa com alguns endereços desses icnofósseis”, afirmou a pesquisadora da Fundação Araporã Natália Carvalho de Oliveira Checchi.
A pedido de pais de crianças, uma nova edição do projeto acontecerá em janeiro, no período de férias escolares, em data a ser divulgada.
Histórico Calçadas Jurássicas
Em 1976, o padre italiano e paleontólogo, Giuseppe Leonardi, descobriu centenas de pegadas de dinossauros em Araraquara. Segundo o paleontólogo Marcelo Adorna Fernandes, que participou da atividade, estas lajes representam o único registro de pegadas, desta forma, em todo o mundo. “São pequenas marquinhas e perfurações que trazem muitas informações sobre o passado da vida na Terra. Por isso, é muito importante a população estar atenta, saber identificar e preservar esse material.”
Proteção do patrimônio
Esse patrimônio histórico ganhou uma nova proteção com a criação da Lei Municipal nº. 9.503/2019, de autoria da vereadora Juliana Damus (Progressistas), que prevê procedimentos para cuidados com as calçadas revestidas de lajes de arenito da Formação Botucatu. “A lei estabelece que, em caso de interesse de reforma dessas calçadas, os proprietários devem avisar a Prefeitura, para que eles possam encaminhar um técnico que avalie se há interesse científico na laje e, neste caso, realize a retirada do material e envio ao Museu. Nosso objetivo é preservar esse patrimônio tão importante da nossa história. Essa atividade vai ao encontro da nossa proposta na medida em que busca conscientizar a população sobre a relevância dessas calçadas”, frisou a parlamentar.