Pessoas encontradas em barco à deriva podem ter morrido de fome, diz PF
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Desde a noite de segunda-feira (15), peritos da PF se dedicam à análise minuciosa do barco e dos corpos encontrados a bordo e no mar
Foto: Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) trabalha na dura missão de desvendar o mistério que envolve o barco à deriva encontrado no último sábado (13) na costa do Pará. A embarcação, que transportava ao menos 25 pessoas, teria partido da Mauritânia em busca de uma nova vida, mas sucumbiu à fome e à sede durante a longa travessia do Oceano Atlântico.
Desde a noite de segunda-feira (15), peritos da PF se dedicam à análise minuciosa do barco e dos corpos encontrados a bordo e no mar. Até o momento, foram contabilizados nove corpos: oito na embarcação e um nas proximidades do local do naufrágio.
A equipe forense busca identificar as vítimas e determinar a causa da morte, que, segundo o superintendente da PF no Pará, José Roberto Peres, provavelmente se deu por inanição e desidratação. “Um trabalho minucioso nesses corpos começa hoje e deve se estender até o fim de semana”, afirma Peres. “A causa mortis deve ser identificada, mas que provavelmente foi por falta de alimento e de água.”
Documentos encontrados no barco indicam que a embarcação zarpou da costa da Mauritânia em algum momento após o dia 17 de janeiro, quando ainda estava no continente africano. A distância estimada entre o ponto de partida e o local do naufrágio no Brasil é de 4.800 km, um trajeto longo e exaustivo que, segundo Peres, deixou os migrantes à deriva por um período considerável.
A embarcação, feita de fibra de vidro e com apenas 13 metros de comprimento, não apresentava motores, leme ou sistemas propulsores. Possíveis dados estruturais também não foram encontrados no local.
A PF ainda investiga se os corpos das vítimas foram lançados ao mar durante a travessia. A embarcação foi levada para o Instituto Médico Legal (IML) de Bragança, onde exames médico-legais estão sendo realizados pelas equipes do Instituto Nacional de Criminalística (INC) e do Instituto Nacional de Identificação (INI) para auxiliar na identificação das vítimas.
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