PF vai investigar ação policial com 26 suspeitos mortos em Varginha
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Peritos já foram aos sítios na área rural da cidade mineira onde as vítimas foram baleadas
A Polícia Federal deu início nesta quarta-feira (3) a uma investigação paralela sobre os 26 suspeitos mortos na operação policial na madrugada de domingo (31) em Varginha (MG). Peritos já foram aos sítios na área rural da cidade mineira onde as vítimas foram baleadas.
Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, eles faziam parte de uma quadrilha especializada em assaltos a agências bancárias aos moldes do “novo cangaço”, tática também conhecida como “domínio de cidades”. Todos os suspeitos no imóvel morreram, mas nenhum policial se feriu. O Ministério Público e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado vão investigar a operação.
A Polícia Civil também desenvolve uma investigação sobre o caso. Na manhã desta quarta, foi confirmada a identificação de 19 corpos com base em impressões digitais. Os exames foram feitos em conjunto entre agentes da corporação e da própria PF.
Relatório de inteligência ao qual o UOL teve acesso identificou as vítimas, que faziam parte de núcleos da quadrilha em Minas Gerais, Goiás e Rondônia. A reportagem também apurou o histórico criminoso dos mortos, envolvidos em assassinatos, assaltos a mão armada, confronto com a PM e até mesmo em uma fuga do sistema prisional.
A Polícia Militar de Minas Gerais informou que os suspeitos foram socorridos ainda com vida nas duas chácaras onde foram baleados. A informação é questionada por especialistas.
“É difícil imaginar que todos os suspeitos sobreviveram inicialmente a uma troca de tiros com armas de alto poder de fogo. [A retirada dos corpos] esvazia a investigação e o laudo de perícia de local. Não estou dizendo que houve uma adulteração da cena do crime, mas isso precisa ser investigado”, afirmou Cássio Thyone Almeida de Rosa, perito federal aposentado e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
“O envolvimento dos suspeitos nessa série de crimes só reforça a ideia de que eles deveriam ter sido presos [não mortos], porque isso ajudaria a esclarecer crimes do tipo em outros estados. A ação foi mal planejada”, disse o sociólogo Luis Felipe Zilli, pesquisador da Fundação João Pinheiro e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Confira, abaixo, a lista dos suspeitos identificados:
Núcleo de Uberaba (MG)
Thalles Augusto Silva, 32 anos – Tinha passagem pelo sistema prisional
Júlio César de Lira, 36 anos – Tinha passagem pelo sistema prisional
Dirceu Martins Netto, 24 anos – Respondeu a processo criminal
Itallo Dias Alves, 25 anos
Gleisson Fernando da Silva Morais, 36 anos – Respondeu a processo criminal
Arthur Fernando Ferreira Rodrigues, 27 anos – Respondeu a processo criminal
Francinaldo Araújo da Silva, 44 anosNúcleo de Uberlândia (MG)
Raphael Gonzaga Silva, 27 anos – Tinha passagem pelo sistema prisional – Mandado pendente
José Rodrigo Dama Alves, 33 anos – Tinha passagem pelo sistema prisional
Gilberto de Jesus Dias, 29 anos – Tinha passagem pelo sistema prisional
Evando José Pimenta Júnior, 37 anos
Luiz André Felisbino, 44 anos
Giuliano Silva Lopes, 32 anos – Respondeu a processo criminal
Ricardo Gomes de Freitas, 34 anos
Núcleo de Goiânia (GO)
Isaque Xavier Ribeiro, 27 anos – Tinha passagem pelo sistema prisional
Romerito Araújo Martins, 25 anos – Respondeu a processo criminal
Zaqueu Xavier Ribeiro, 40 anos
Eduardo Pereira Alves, 42 anos – Morava em Brasília
Os outros mortos
José Filho de Jesus Silva Nepomuceno, de 27 anos – Morava no Maranhão – Mandado pendente
Nunis Azevedo Nascimento, 33 anos – Morava em Porto Velho/RO
Gerônimo da Silva Sousa Filho, de 28 anos – Morava em Porto
Velho/RO, seu nome estava na primeira lista da polícia – Mandado pendente
Adriano Garcia, 47 anos – Único dos suspeitos que morava em Varginha, onde o grupo foi encontrado – Mandado pendente
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