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PM nega ter preparado o filho e diz que ele não demonstrou nenhuma emoção


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Ele disse ser absurda a alegação e conta que montagens e acusações falsas estão rendendo ameaças de morte contra ele.


O adolescente de 16 anos que atacou as escolas aprendeu a atirar assistindo a vídeos no YouTube, segundo o pai. Depois de alvejar 16 pessoas, voltou para casa, almoçou e seguiu com a família, sem tocar no assunto. O PM, que já foi ouvido pela polícia – que investiga se o autor dos atentados teve aulas presenciais de tiro -, está sendo acusado nas redes sociais de ter preparado o filho para o atentado. Ao Estadão, ele disse ser absurda a alegação e conta que montagens e acusações falsas estão rendendo ameaças de morte contra ele. Por segurança, deixou Aracruz, onde morava.

O comportamento do atirador mudou drasticamente há cerca de dois anos. Segundo o PM, isso ocorreu depois de ter sofrido bullying em uma escola que frequentou até o 9º ano e que não era nenhuma das duas em que praticou o atentado. O adolescente faz tratamento psiquiátrico e é socialmente recluso. Gosta de ver vídeos sobre armas e sobre a 2ª Guerra Mundial.

O policial pediu perdão às famílias das vítimas e diz que o filho precisa ser punido pelo que fez. Também disse que não pretende evitar a punição que sofrerá por ter falhado no acautelamento da arma do Estado que mantinha em casa. “Estão achando que eu sou um grande monstro que treinei meu filho, que dei minha arma para ele, que induzi ele a fazer isso. Estamos arrasados. Se eu pudesse, pediria perdão a cada parente dessas vítimas”, ressaltou. “Sei que a tragédia que ceifou várias vidas foi cometida por meu filho, um filho criado com todo amor e carinho. Mas não consigo entender o que o levou a cometer o atentado.”

Os nomes do pai e do atirador não serão publicados. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) veda a identificação de autores de atos infracionais e de informações que possam identificá-los.

MÍDIAS SOCIAIS

O pai afirmou que muito do que vem sendo divulgado nas mídias sociais é falso. “Quase tudo não é verdade. Estão dizendo que eu fiz postagem nazista, apologia ao nazismo. Sim, eu postei uma foto no meu Instagram, há muito tempo atrás, de um livro que se chama Mein Kampf, que é uma autobiografia do Adolf Hitler, um livro vendido abertamente em livrarias. O fato de você ler um livro faz você ser nazista? Eu fiz um comentário sobre leitura. Disse que ler causa a expansão da consciência”, afirmou.

O PM ainda negou qualquer viés ideológico. “Estão dizendo que eu sou bolsonarista, que eu gosto que as pessoas andem armadas. Eu não sou bolsonarista nem lulista. Tenho dois projetos sociais aqui na minha cidade voltados para atendimento de psicoterapia totalmente gratuito.”

Segundo ele, o momento da revelação do crime foi chocante. “Eu e minha esposa estávamos na rua, resolvendo algumas coisas. Nós tomamos conhecimento por meio de um grupo do WhatsApp da comunidade aqui. Sou o presidente da associação de moradores. Minha esposa por acaso viu uma postagem referente a um atentado, a uma violência que aconteceu. A gente ligou para o X. porque ficamos preocupados”, relatou.

EMOÇÃO

O pai afirma que o filho não demonstrou nenhuma emoção. “Chegamos em casa uns 30 minutos depois. A gente tinha de sair para ir a um lugar próximo, chamado Mar Azul. Ele almoçou tranquilamente. Quando a gente chegou em Mar Azul, depois de uns cinco ou dez minutos, uma viatura da Polícia Militar chegou e conversou comigo. Falou que já tinha todas as suspeitas que seria o X, pelo carro que ele utilizou”, continuou.

“Aí fui perguntar a ele, disse para ele falar a verdade”, lembra o pai. “Aí ele pegou e abriu o jogo.”

| IDNews® | Jornal “O Estado de São Paulo” | Via NBR | Brasil

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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