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Polícia apura se ordem para ataques a ônibus em BH partiu de presídios


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Cartas entregues aos motoristas antes dos incêndios indicam que se trata de retaliação à redução da entrada de familiares para visita nas penitenciárias da região metropolitana.

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga se detentos estão ordenando de dentro dos presídios a queima de ônibus em Belo Horizonte. Cartas entregues aos motoristas antes dos incêndios indicam que se trata de retaliação à redução da entrada de familiares para visita nas penitenciárias da região metropolitana.

O menor fluxo de visitação é provocado por movimento de agentes prisionais que pressionam o governo Romeu Zema (Novo) por recomposição salarial.

Como forma de pressão, as forças de segurança do estado, que incluem policiais militares e civis, realizaram manifestação em 21 de fevereiro. Outra está programada para a próxima quarta-feira (9).

A recomposição pleiteada é de 24%. Zema anunciou no dia 24 de fevereiro reajuste de 10% para todos os servidores públicos. As forças de segurança, no entanto, não concordaram com o percentual.

Dois ônibus foram incendiados na capital na madrugada da última sexta (4). Um na região norte, outro na oeste. Antes de atear fogo aos veículos, com o uso de querosene, homens mandaram que passageiros e motoristas descessem.

Em ambos os casos, cartas foram entregues aos motoristas. Os textos faziam referência à redução na visitação nas penitenciárias.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública afirma ter conhecimento e que “acompanha os desdobramentos das ocorrências de queimas de ônibus em Belo Horizonte”.

“As ações criminosas estão sendo investigadas pela Polícia Civil de Minas Gerais. O Depen (Departamento Penitenciário) aguarda a finalização das investigações que poderá apontar se a ação tem eventual correspondência com o sistema prisional”, disse a pasta, em nota.

Sobre a movimentação dos agentes penitenciários por reajuste, a secretaria afirma que atua para que não haja prejuízo no atendimento aos custodiados. Disse ainda que a visitação nos presídios não está suspensa e que foram realizadas em boa parte das unidades prisionais no último fim de semana.

“Contudo, há unidades que, em razão de efetivo e segurança de todos os envolvidos, não comportaram visitas. O Depen-MG acredita que a situação será normalizada o mais breve possível para que as rotinas não sejam prejudicadas, incluindo a organização dos familiares dos custodiados que se encontram acautelados”, segundo a pasta.

O presidente da Amasp (Associação Mineira dos Policiais Penais e Servidores Prisionais), Luiz Gelada, disse não ser possível informar em quais unidades prisionais do estado as visitas não estão sendo realizadas.

Confirmou, no entanto, que há prisões em que as visitas não estão ocorrendo e disse acreditar que a queima de ônibus tem relação com isso. “Estão deixando avisos neste sentido nos ônibus. Dizendo que tem que normalizar as visitas”, declarou.

Aumento da guarda Representantes do estado, prefeitura e de empresas de transporte coletivo da capital se reuniram no último sábado (6) na capital para discutir a queima dos ônibus. Ficou acertado que a guarda municipal vai aumentar a presença em estações de ônibus e corredores com maior fluxo de transporte coletivo na cidade.

A guarda municipal atuará também, conforme a prefeitura, na abordagem de quem estiver transitando com galões que podem ser utilizados para o transporte de querosene ou gasolina.

| IDNews® | Folhapress | Via NMBR |Brasil

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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