Polícia Civil usará avião apreendido com traficantes para combater tráfico de drogas
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A aeronave, com capacidade para 11 pessoas, incluindo o piloto, poderá ser usada também no transporte de tropas e para dar suporte a operações policiais.
Um avião apreendido de traficantes será, agora, utilizado pela Polícia Civil do Estado de São Paulo em ações de combate ao tráfico e a organizações criminosas. O Cessna Caravan, prefixo PT-Men, recolhido em 2018 por uma equipe da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Americana, no interior paulista, fez o voo de teste na tarde desta segunda-feira, 28, a partir do aeroporto estadual de Sorocaba, também no interior. É a primeira aeronave apreendida do tráfico a ser integrada à frota policial do Estado.
A aeronave, com capacidade para 11 pessoas, incluindo o piloto, poderá ser usada também no transporte de tropas e para dar suporte a operações policiais. O Cessna passou por revisão no hangar da Remaer, empresa especializada em manutenção de aeronaves, contratada pela Polícia Civil para deixar o aparelho em plenas condições de voo. O avião decolou por volta das 16 horas para o voo de teste e retornaria para o hangar da empresa. Havia previsão de transferência para uma unidade do Serviço Aerotático do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), na capital.
Além do avião, a Polícia Civil de São Paulo também prepara a incorporação de dois helicópteros Esquilo, sendo um modelo AS350 B3 e outro, modelo EC130 B4. O primeiro também foi apreendido pela Dise de Americana em 2018, em operação contra o tráfico. O outro foi pego com o traficante André do Rap, preso pelo Dope em 2019. A expectativa é de que ambos comecem a operar ainda neste primeiro semestre de 2022. Conforme a Polícia Civil, em pouco mais de três anos foram recuperados R$ 1,5 bilhão em ativos, oriundos de operações contra o crime organizado, em especial contra o tráfico de drogas.
Frota
Somente a Dise de Americana apreendeu sete aviões e um helicóptero, frota avaliada em R$ 18 milhões, em operações contra o tráfico interestadual e internacional de drogas, entre abril de 2018 e outubro de 2019. Houve ainda a prisão de 12 pessoas. Os aviões eram usados para transportar drogas com destino aos países da Europa, em esquema que usava laranjas e pilotos desempregados. Três aeronaves foram apreendidas na cidade de Birigui. Outro avião foi apreendido em Sorocaba.
A investigação apurou que Americana era um entreposto para o tráfico internacional de cocaína. Um hangar alugado no aeroporto do município era usado como ponto de encontro de pilotos que transportavam droga e dinheiro entre países da América do Sul, como Equador, Colômbia e Venezuela. A investigação teve início após a apreensão de um avião com quase meia tonelada de cocaína em Carauari, no Amazonas. A aeronave estava em nome de uma empresa de Americana, o que desencadeou a série de apreensões. No total, foram apreendidos também 1,3 mil quilos de cocaína.
Já o outro helicóptero Esquilo foi apreendido com a prisão do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, em abril de 2019, em uma operação da Polícia Civil de São Paulo em um condomínio de luxo em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. Ele era investigado por gerenciar a remessa de grandes quantidades de cocaína à Europa. André do Rap está foragido da justiça desde outubro de 2020, quando teve a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) horas depois de sua soltura ter sido autorizada pelo próprio tribunal.
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