Polícia faz ação com blindado na cracolândia e volta a dispersar usuários
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Ao menos seis pessoas foram presas e um adolescente foi apreendido.
A Polícia Civil deflagrou na tarde desta sexta-feira (27) nova operação na cracolândia, que ocupa o quarteirão na esquina da Helvétia e da avenida São João, no centro de São Paulo. Ao menos seis pessoas foram presas e um adolescente foi apreendido.
É a segunda ação depois da megaoperação que retirou usuários da praça Princesa Isabel e é investigada por suspeita de excessos. É também a 15ª no âmbito da operação Caronte, deflagrada pela Polícia Civil em abril do ano passado para prender traficantes que atuam na cracolândia.
Na semana passada, os policiais esvaziaram a rua Doutor Frederico Steidel, no outro lado da avenida São João, onde os frequentadores da cracolândia haviam se instalado.
De lá, a cracolândia se mudou para a rua Helvétia, no trecho próximo ao 77º Distrito Policial (Campos Elíseos), que concentra as investigações da operação Caronte.
Segundo o delegado Roberto Monteiro, da 1ª Delegacia Seccional do Centro, a nova investida ocorre após a identificação de traficantes pelo trabalho da inteligência da polícia. “Não temos mais cracolândia, o que temos hoje é o fluxo de usuários”, diz o delegado, que calcula em torno de 300 pessoas na concentração. Há cerca de um ano, esse número oscilava entre 500 e 2.000, segundo Monteiro.
No entanto, imagens registradas pelo jornal Folha de S.Paulo na última semana mostraram que na Helvétia usuários e traficantes mantêm a rotina de antes das operações. Traficantes vendiam pedras de crack, porções de maconha e pinos de cocaína em caixotes de madeira montados na rua. Balanças de precisão e lâminas ocupavam espaço nas barracas improvisadas ao lado dos pratos onde a droga era disposta.
Nesta sexta, além de drogas, os oficiais apreenderam os cachimbos usados para fumar crack, facas, tesouras e estiletes.
A polícia recolheu ainda cerca de R$ 2.000. O homem que estava com a quantia alegou aos policiais que vinha juntando dinheiro numa espécie de poupança.
A região central de São Paulo será um dos locais da Virada Cultural, que acontece no fim de semana. A sensação de insegurança provocada pela dispersão de usuários após as operações é uma das preocupações de frequentadores do evento.
Após a operação na Helvétia, usuários se espelharam por várias vias na região. No início da noite, parte deles estava concentrada na alameda Barão de Campinas, bem próximo ao local operação.
Enquanto acompanhava a ação de limpeza após a retirada dos acampamentos na Helvétia, o secretário-executivo de Projetos Estratégicos da prefeitura, Alexis Vargas, disse que a gestão pretende instalar câmeras direcionadas. A Polícia Civil obteve autorização da prefeitura para podar as árvores que estavam sendo usadas pelos traficantes para comercializar a droga sem serem monitorados.
“A nossa estratégia é não deixar formar de novo o que se tinha na praça do Cachimbo [região da antiga cracolândia, na praça Júlio Prestes], que era grande concentração com tráfico aberto”, disse.
Ele negou que a nova dispersão de usuários possa comprometer a segurança da Virada Cultural.
BLINDADO
Assim como na operação policial na praça Princesa Isabel, em 11 de maio, o veículo blindado do GER (Grupo Especial de Reação) foi acionado para atuar nesta sexta-feira.
A função dos oficiais especiais é garantir a segurança dos demais policiais que integram a operação, por ser o único órgão com autorização para usar armas letais, se necessário.
O GER faz parte do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas) e foi criado para atuar em ocorrências com reféns.
Segundo o delegado titular do 77º DP, Severino Vasconcelos, as operações serão constantes. Entre uma operação e outra, a Polícia Civil identifica os traficantes para embasar novos mandados de prisão.
Na quarta (25), o governador de São Paulo e pré-candidato à eleição, Rodrigo Garcia (PSDB), já havia afirmado que as operações policiais para conter a formação da cracolândia vão continuar.
De acordo com o governador, a Polícia Civil tem realizado “um grande processo de investigação com muitas prisões efetuadas e outras em andamento. Novas operações policiais vão ocorrer”, disse.
Garcia também ressaltou que houve aumento na procura por tratamento de saúde entre usuários de drogas após “a diminuição do fluxo e dispersão dos dependentes químicos”.
Nas ações realizadas na praça Princesa Isabel na rua Doutor Frederico Steidel, 16 pessoas foram presas
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