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Polícia Federal indicia senador Chico Rodrigues, flagrado com dinheiro nas nádegas


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Polícia Federal indicia senador Chico Rodrigues, flagrado com dinheiro nas nádegas

O parlamentar teria escondido R$ 33.150 na cueca. Desse total, R$ 15 mil em maços de dinheiro estavam entre as nádegas


A Polícia Federal indiciou o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) sob suspeita de envolvimento em desvio de recursos públicos destinados ao combate à Covid-19.

Em relatório final da apuração enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), os investigadores concluíram ter identificado elementos para enquadrar o parlamentar por suspeita dos crimes de peculato (desvio de recursos públicos), advocacia administrativa (atuar em prol de interesses privados junto à administração pública), embaraço às investigações e lavagem de dinheiro.

Em outubro do ano passado, em operação realizada em Roraima contra irregularidades no uso de verbas para o enfrentamento da pandemia, a PF apreendeu dinheiro vivo dentro da cueca do senador.

De acordo com informação da polícia, ele escondeu R$ 33.150 na cueca. Desse total, R$ 15 mil em maços de dinheiro estavam entre as nádegas.

Na época, Rodrigues era vice-líder do governo Jair Bolsonaro no Senado. Após o ocorrido, ele pediu licença de 121 dias para interesses pessoais e retomou as atividades parlamentares em fevereiro.

O senador foi alvo da Operação Desvid-19, deflagrada pela PF e pela CGU (Controladoria-Geral da União) com o objetivo de coletar informações sobre o desvio de valores administrados pela Secretaria de Saúde de Roraima.

Após a análise de material apreendido em poder do investigados e em repartições públicas, incluindo diálogos recuperados em equipamentos eletrônicos, os investigadores concluíram pela “existência de robustos indícios de autoria e materialidade do cometimento de delitos”.

A polícia disse que o senador fez parte do núcleo político de um grupo, composto por servidores públicos e empresários, que atuou para favorecer empresa contratada para o fornecimento de kits de teste rápido para Covid e equipamentos de proteção individual.

“O senador Chico Rodrigues atuou, perante o poder público, em defesa e em benefício de interesses privados de outrem”, disse a PF. Esses interesses, segundo a apuração, seriam as contratações realizadas pela administração estadual.

Os investigadores afirmaram que recursos de emenda parlamentar de autoria de Rodrigues terminaram por beneficiar empresa investigada na operação. Por essas contudas, ele foi enquadrado por suspeita dos crimes de advocacia administrativa e peculato.

O relatório policial apontou ainda que o parlamentar tentou ocultar provas e agiu com intenção de dificultar as investigações, condutas que indicam o cometimento dos crimes de lavagem e embaraço.

De acordo com o documento, o senador “criou embaraços à investigação, já que, sob o controle policial no momento de arrecadação das provas dos crimes pelos quais ele é investigado, ele atuou de maneira subterrânea, a ocultar em seu corpo, em regiões íntimas, cédulas de dinheiro”.

“A ocultação dos valores da equipe policial durante a busca, as negativas reiteradas quando arguido sobre a presença de dinheiro em espécie na residência, os novos encontros de valores após as negativas, o local do corpo em que foram encontradas as cédulas, tudo evidencia a deliberada intenção em ocultar provas e criar embaraços à investigação criminal ora em curso”, afirmou a polícia.

A PF afirmou que o investigado não soube explicar a origem dos valores apreendidos durante a busca.

O relator do caso no Supremo é o ministro Luís Roberto Barroso. O magistrado determinou o envio do caso à PGR (Procuradoria-Geral da República).

Em nota, Rodrigues afirmou que o indiciamento das partes é uma das etapas naturais de um inquérito policial.

“Sigo tranquilo e à disposição da Justiça para elucidar o que for necessário”, disse.

“Acredito na qualidade das investigações desenvolvidas pela Polícia Federal, e apoio essa busca incessante da PF pelo real esclarecimento dos fatos que envolvem meu nome.”

Ele afirmou ainda que, como integrante do Senado, trabalhou no combate à Covid-19 em Roraima.

“Lamento profundamente a exposição indevida da minha imagem, que nunca sofreu nenhuma condenação, pena ou qualquer sentença. Reafirmo: confio no trabalho da Polícia Federal e da Justiça, e sigo à disposição para qualquer esclarecimento. Que os fatos sejam logo aclarados.”

| IDNews® | Folhapress | Via NMBR |Brasil

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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