Polícia indicia por homicídio e pede prisão de jovens por morte de ambientalista
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Adolfo Souza Duarte foi encontrado morto na represa Billings, na zona sul de São Paulo, no dia 1° de agosto
A Polícia Civil indiciou por homicídio triplamente qualificado e pediu a prisão preventiva dos quatro jovens envolvidos na morte do ambientalista Adolfo Souza Duarte, 41, conhecido como Ferrugem.
Vithorio Alax Silva Santos e Mauricius da Silva, ambos de 23 anos, e Katielle Souza Santos, 28, e Mikaelly da Silva Souza Moreno, 19, estão detidos desde o dia 24 de agosto, quando tiverem o pedido de prisão temporária aceito pela Justiça.
Para a polícia, o homicídio foi cometido por motivo torpe, por asfixia e a traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
As defesas dos quatro jovens negam que houve crime, creditando a morte a um acidente.
Em entrevista à Globo, a delegada Jakelline Barros, do 101° DP (Jardim das Imbuias), responsável pela investigação, disse que Ferrugem foi assassinado e deixado na represa Billings, na zona sul de São Paulo, no dia 1° de agosto. Segundo ela, Vithorio foi quem matou o ambientalista e o motivo foi ciúmes.
A história foi contada à polícia por Maurícios. Os dois amigos tinham a intenção de ficar com as duas mulheres durante o passeio e, quando a vítima começou a dançar com Mikaelly, Vithorio ficou incomodado.
De acordo com a polícia, Vithorio teria acionado o manete do barco, o que provocou um solavanco e derrubou Ferrugem e Mikaely na água. A investigação afirma que a jovem foi resgatada, mas o ambientalista teria sido impedido de voltar para a embarcação.
Vithorio seria o executor da asfixia mecânica que matou Ferrugem e os outros três teriam participado do embate corporal.
Agora, com o inquérito finalizado, o documento será encaminhado para o Ministério Público, que precisa dar seu parecer à Justiça se concorda ou não com o indiciamento e o pedido de prisão preventiva.
Laudo do IML (Instituto Médico-Legal) apontou que Ferrugem foi vítima de asfixia mecânica, sem sinal de afogamento. Há a possibilidade, ainda segundo o laudo, de que tenha sido aplicada uma gravata nele, conforme lesões observadas no pescoço e no tórax.
À reportagem, a delegada apontou ter encontrado diversas divergências durante as apurações.
Mauricius, em uma das idas até a delegacia sem a presença de seu advogado, teria relatado aos policiais ter ouvido de Vithorio que ele “zoou” o ambientalista, uma gíria como se tivesse ferido a vítima.
A delação levou a um racha entre os dois, posteriormente contornado, mas com Mauricius sendo colocado em uma cela de segurança no 8° DP (Brás/Belém), onde permanece até os dias de hoje, como apurado pela reportagem.
Ainda conforme a delegada, foram encontradas contradições na comparação entre as informações contadas pelos investigados com conversas registradas nos aparelhos celulares apreendidos.
A delegada também apontou que as provas periciais desconstruíram as versões apresentadas por eles, de que a morte teria ocorrido por afogamento após o barco dar um solavanco e Ferrugem cair na represa.
“As provas periciais, sobretudo a perícia necroscópica, de engenharia no barco, eletrônica nos aparelhos celulares e a reconstituição, apontaram que as versões apresentadas eram destituídas de verdade”, explicou.
Segundo Jakelline Barros, os laudos periciais apontaram lesões corporais em três dos investigados, bem como na vítima, o que, somado ao dano verificado na traseira do barco, aponta pela existência de luta corporal.
Procurado, o advogado André Nino, que defende Vithorio e Mauricius, criticou a metodologia adotada por Jakelline. “A delegada se aproveitou do cansaço do Mauricius para usar uma única palavra dele, que foi dita sem a presença do advogado, para atribuir suposta motivação da morte da vítima, e, assim, atribuir aos quatro jovens crime que eles não cometeram”, disse.
A reportagem tentou contato com a defesa de Mikaelly e Katielle, realizada por outro advogado. Ele, no entanto, não se pronunciou.
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